domingo, 31 de julho de 2011

FILMOGRAFIA



Budapeste (2009). Imagem Filmes. Diretor: CARVALHO, Walter. Baseado Vida/Obra de BUARQUE, Chico. Elenco: ANTONELLI, Giovana.

Clube do Imperador, O (2002). Europa Filmes. Diretor: HOFFMAN, Michael. Elenco: KLINE, Kevin.

Dias de Nietzsche em Turim (2004). Europa Filmes. Diretor: Júlio BRESSANE. Disponível na Internet.

Escritor Fantasma, O (2010). Paris Filmes LK TEL. Diretor: POLANSKI, Roman.

Horas, As (2002). Imagem Filmes. Elenco: Nicole KIDMAN.

Mente Brilhante, Uma (2001). Paramount Pictures. Diretor: HOWARD, Ron.

Mundo de Sofia, O (2000). Versatil Home Vídeo. Diretor: GUSTAVSON, Erik.

Sociedade dos Poetas Mortos (1989). Buena Vista Sonopres. Elenco: WILLIAMS, Robbins.

1984 (1984). Lume Filmes. Diretor: RADFORD, Michael. Elenco: BURTON, Richard – HURT, John.

BIBLIOGRAFIA PARA ESTUDOS


CANEVACCI, Massimo (2001). Antropologia da Comunicação Visual. Da Tradução DP&A Editora.

ARISTÓTELES (1998). Arte Retórica e Arte Poética. Ediouro, 15 ª Edição. Tradução de Antônio Pinto Carvalho.

BOURDIEU, Pierre (2002). As regras da arte. Companhia das Letras. 1ª Reimpressão.

HUGO, Victor (2007). Do Grotesco e do Sublime. Perspectiva. Tradução do Prefácio de Cromweell.

FREGE, Gottlob (2002). Investigações Lógicas. EDIPUCRS. Org. trad e notas de Paulo Alcoforado.

SANTAELLA, Lúcia (2004). Navegar no Ciberespaço. Paulus.

HABERMAS, Jurgen (2000). O Discurso Filosófico da Modernidade. Martins Fontes.

BLANCHOT, Maurice (2005). O Livro por vir. Martins Fontes.

PIGNATARI, Décio (2005). O que é comunicação poética. Atelier Editorial. 9ª Edição.

Termos Técnicos

Agência: formação de locais onde o ato literário se faz presente.



Forma: modelagem da matéria.



Estilo: procedimentos pessoais e do indivíduo.



Ação: provocada pela força do movimento do corpo.



Mente: noções presentes e conceitos elaborados.



Livro: objeto acabado literário.



Evento: acontecimento ímpar.



Lugar: onde os agentes esperam o desfecho do ato.



Término: fim da ação e conteúdos elaborados para outra.

sábado, 30 de julho de 2011

Novamente, Alex


“O sujeito de romance ou livro está para se determinar...”

As escadarias deste bairro da parte central da cidade, a conheço tanto e muitas vezes aqui estive. Vagueei pelas ruas circunvizinhas, adentrei bares, comprei frutas com o vendedor em sua barraquinha improvisada e segurava a pasta do trabalho com força, por entre a mão, certa mulher olhou-me de relance, rapidamente, pelo fato de estar sem carro, percebeu que tinha o hábito de caminhada, de fato, ela, transpareceu ser compreensível.
Na calçada da avenida transversal topei com Davi, perguntou-me se tinha tempo para diálogo, prometi procurar-lhe ou telefonar. Eu Alex: estou com as horas contadas para chegar à secretaria de comunicação e cultura desta cidade. Vagueio outra vez pelas ruas e vejo que é chegada a hora, subo os degraus, bato com o nó dos dedos na porta e a secretária pede que aguarde. Ela avisa-me que já posso entrar. O secretário é bastante pertinente. Conversamos o cronograma anual de cultura. Ele afirma ser fácil a decisão: – “o veto quase só depende de mim.” Bebo refrigerante da pequena geladeira no fundo da sala e saio para a sacada. Davi atende outro “visitante”. Saio pela porta lateral e nada mais penso, senão nesta função, agente administrativo. Estou legal. A valise por entre as mãos, os dedos firmes, o seu peso bastante frágil o sinto. Outra vez nas calçadas por entre toda a gente pública. Sinto-me só. Olho quanto tenho de dinheiro vivo na carteira de pelica. Verifico meu cartão de crédito. O dinheiro que preciso ter. E percebo que a propaganda de cinema neste prédio central impressiona pelo fato de ser bombástica. O anúncio em letras garrafais.
Alex e Daniel de longa data eram conhecidos. Pessoas urbanas e por vezes se esbarravam em clubes, locais que trabalharam próximos ou em conjunto, instituições que vez por outra circulavam e para meio de vida: existência cúmplice, o seu trato de um para com outro quase sempre de forma amistosa. Frequentemente cordiais.
Quero ser Alex, alguém a determinar e por ser determinado. Sim, sou Alex, aquele sei ser Davi, ela, Laura, a definir, teimam em entrar, adentrar meu espaço. E também muitos outros a conhecer pelas ruas da cidade e que a distância própria inquieta.
Desço a avenida com muitas oportunidades de ser quem almejo – se fosse atrevido. É tardinha e o sol esmaece no horizonte, barulho de carros que arrancam próximos de mim e de meu demônio interior, sofrível que carrego encalacrado. A calçada não é minha e a valise pesa em minhas mãos. Não quero exatamente saber – desta hora torpe. Em um balcão de esquina incerta, tenho um copo defronte ao peito, refrigerante gelado – olho para o lado em busca de gente. Suavemente sorvo e degusto. A mulher de lábios pintados, de idade madura e toque nos cabelos rápidos, sem se dignar à intimidade – a idealizo. Deixo o copo sobre o balcão semicheio. Repenso Laura. Ela não me convém – retraio os lábios. O segredo meu: um dia lhe sussurrei. Muitas vezes repetidamente. Ser decepcionado com nenhuma emoção e a surpresa da vida não ser sensacional ou exuberante.
Quanto a Laura quero-a apartada. Em uma distância amigável. Ela invadiu meu eu. Personagem protagonista – teceu a teia onde aprisionou o inseto que me perturba. A individualidade nossa egoísta. O cidadão anônimo na região inóspita – a parte que nos cabe. Desacerto sem conflito e nossa disparidade. O fato de sermos estranhos. O convívio no passado que deixa marcas.
Em meu íntimo Laura é pálida e branca, menina de neve e inóspita – para meu esquecimento obrigatório. A cada sua altivez nós nos medimos. Ela é Laura.
Deus meu!
Não recordo as escadarias do prédio e a travessa, o elevador e o porteiro, o girar das chaves e a noite que vislumbro. O recinto silencioso e calmo – a ilha tranqüila de meu eu e ser que busco pacificar. Meus dedos tocam os móveis, a mesa niquelada, a madeira das portas, o vertical e as antenas, muitos prédios. Sopro o amargor. Estou comigo dentro e dói.
Pareço ouvir música não sei ao certo donde, toca e martela em minha subjetividade agonizante, em estertor meu interior devassado. A propriedade deste universo particular – cansa e abate. Amanhã acordarei feliz. Enérgico. Repete-se este fato pessoal. Findo o dia que almejei. Deliberadamente lutarei e abaterei os alvos.
Tenho mãos nervosas, tateio cada móvel e janela onde vejo a paisagem urbana e construída – os toco e quase me invadem – quase sempre sinto. Puxo as cortinas e espio, de relance, o vertical e a queda para esta obtusidade artificial. Recordo Laura, Davi, o peso de existir e eu Alex. Minha saída para a evasão lunar do que projetei ou a leveza de saber a saída: o recomeço do sujeito - Alex. Então novamente eu - esta surpresa de me sentir vivo. Espécie citadina.
Geralmente não comento. Evito dizer. Mas a importância dos sonhos em meu dia a dia é imensa. Quando me vem sonho muito fora de série, sobre ele, interpreto e busco significação. Minha sobrinha de 22 anos de idade, residente em Florianópolis, certa noite, em meus pesadelos ela recebia uma ligação. O número de quem discava: nítido e claro no sonho. Também o nome. Mas era muito estranho, devido às imagens que acompanhavam este sonho. Acordei sobressaltado – eu Alex. Segundos depois uma ligação no quarto de minha sobrinha. Eu estava de férias em sua casa. Era madrugada. A pessoa dialogou – voz de homem. Pela minha escuta devem ter durado uns dois minutos a ligação telefônica em seu celular. Não perguntei quem ligava. Ouvi toda a conversa dentro da noite e madrugada. Apenas não sei como interpretar. Não disse nada a ela. Mas estou em paz. De todo modo, por vezes, este fato incólume – incomoda-me. E então transparece o não controle da vida, o seu lado absurdo, irracional. E o pouco a fazer pelo outro, situações onde não sabemos claramente, como agir. Devido à incerteza e a surpresa da situação. Realmente nova para Alex. E para todos onde adentrar a intimidade – fere. Este conto de luta pela permanência, a nossa segurança, compra-se como destino: as amarras eu as libero.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Canções para Meninos Brasileiros a Serem Ensinados

“Ó ferreiro, ó ferreiro,
Dom... dom...
Oh! que maldição!
Dom... dom...
Quando tem o ferro.
Dom... dom...
Falta-lhe o carvão...
Dom... dom...
– Ó ferreiro, ó ferreiro,
Dom... dom...
Bate o malho com vigor,
Dom... dom...
Quando a gente se descuida,
Dom... dom...
O ferreiro... já malhou.
Dom... dom..

Canção Indígena Brasileira In Nabuco

“Você gosta de mim,
Eu gosto de você;
Se papai consentir,
Ó, meu bem,
Eu caso com você...
Alê, alê, calunga,
Muçunga, muçunga-ê.
Se me dá de vestir,
Se me dá de comer,
Se me paga a casa,
Ó, meu bem,
Eu moro com você...
Alê, ala, calunga,
Muçunga, muçunga-ê.”

À TARDE

O romanesco dia a dia.
A melancolia e o perdão.
O romance agride
Cala a voz.
Dois ou muitos
A trama elaborada.
Calma e a vida
A muitos ou a dois.
O amor e as palavras
Ásperas do prazer.
A dor e os corpos
A agressão de amar?
Nada mais!
Apenas o perdão!

terça-feira, 26 de julho de 2011

MISS POESIA

Quando sentir
Amor ou paixão
Darei uma patada...

Mas não quero
Saber de nada
Que seja poesia.

Ignoro o mundo
Belo e irracional
Onde o poeta existe...

Caretas e quadrados
Não enxergam bem
O sublime da crença

Ter apostado
E imaginar
O universo poético.

Sr. Poeta
Estou decepcionado
Com tua conduta!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

4 Linhas Poéticas

POLÍTICA EDITORIAL

O poeta flerta com a obra
O dinheiro compra a liberdade
A poesia livre de imposições
Os versos liberam o cotidiano.

CIDADANIA

A liberdade na avenida
A organização sem regras
Estamos aqui reunidos
A satisfação dos interesses...

RELIGIÃO

Agnóstico ou ateu
Ora, que dúvida?
Cabe ao sagrado
O divino de aqui estar!

POLÍTICA

Ganhei a liberdade
O cidadão com fama,
A luta pelo bem estar
A diária de meu amor!

domingo, 24 de julho de 2011

O Pórtico da Cidade

Calipólis

Estuda o amor.

Em cada porta

A inscrição

Enigmática

Terrível

Cálida e profunda

Sem rumor

Silenciosa

Assentada e nas mãos

A concha

E em outra mão os cabelos

Longos e tortuosos

Que chamam a eternidade!

sábado, 23 de julho de 2011

CLONE

“Todos nós nascemos originais
e morremos cópias”.

Yung



O grande anseio
Da poesia viva
O original gerado
Ou o clone perfeito
Da vida e alegria.




Clone não repetição
Aperfeiçoamento
Não identidade
Cópia perfeita
Traduzida na criação.



Em torno do verso
Recriamos a poesia
Original e diversa
Fruição e carinho
Clone perfeito!



A biologia do canto
Da poesia moderna
O poeta desperdiça
A verve lúdica,
Sonho e paixão!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

AUTOMÓVEL

O carro desliza
Manobra,
Entra na garagem
Supermercado.


A mulher
Dirige.
Compra,
Filhos na escola.


O calor e o tráfego.
Buzinas.
Aluguel para pagar
Condomínio.


Vamos ao cinema,
Táxi e jantar.
Noite relax.
Quarteirões.



Da janela do Ap.
Pop arte[1],
A multidão.
Transeuntes.


Arranha céus vejo
A janela descobre.
Indiscreta.
Luneta.



O binóculo
A mulher nua
Exibindo-se.
Detergente.


A fumaça
O som
O barulho
E a noite urbana.

[1] O caráter destes versos indicam a poesia atual.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

SARAMAGO (Fórum Social Mundial / 2002)

Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.

O Cidadão

No asfalto
Há o mato.
O pivete -,
Corre...


A carteira
Batida.
O carro bate.
O pedestre.


Em cada bar
Lanchonete
Sanduíche
De cada dia.


O café no balcão.
Água mineral,
Calor...
Conversas...


O urbano convívio
Sociável
Perturba.
Acelerados...


Bato na Biblioteca,
Sou leitor,
Jornais e cinemas
Museus de estátuas...


No jardim da criança
A mulher e o marido
Sorriem.
Fotografia cínica.


O amor é vendido
Importado
Esnobado:
Escândalo.


Sexo gostoso.
Pele morena
Urbe e asfalto
Homens trabalhando.

A pílula
Na drogaria,
Saúde provisória
Dores de cabeça.
A cidade!

sábado, 16 de julho de 2011

CONVERSA DE MÉDICO

(Conto extraordinário)

*

O paciente perguntou ao médico há quanto tempo não se viam. Não estavam em um consultório particular, mas uma espécie de posto de saúde destinado à população da cidade – público.
Depois de uma conversa sobre medicina, com o médico, disse que desconhecia que ele exercia também a prática clínica.
Antes de entrar no ambulatório, mediram sua pressão e pesaram seu corpo – tudo normal e segundo as regras da boa saúde corporal...
O paciente lembrou-lhe que necessitara de seus socorros em outra época – o médico assentia e estava silencioso...
O paciente pediu que olhasse documentos de outra época, do sistema único de saúde. Afirmou que precisava acertar sua vida para descanso – aposentadoria.
A sua profissão e os negócios já não agradavam...
O médico nem se atreveu a examinar percebeu o intuito da conversa. Falaram de economia. Que talvez ele precisasse de uma pensão para manter a ordem de sua vida. Precisava de uma vida livre, pacata e sossegada...
Mostrou documentos e afirmava que por direito: direitos sociais e políticos, para salvaguardar a vida de grandes confusões, balbúrdia, que poderiam advir para a saúde e tranqüilidade...
O pedido da pensão parecia negócio, transação. Afirmou que era questão social, e não médica. Para melhor tranqüilidade.
O médico observou os documentos. Nenhum lhe pareceu ilegal.
Volte no dia treze de março, conversarei com outro médico, médico chefe da administração, quem sabe lhe darei felicidade, alegria e conforto, como outras vezes...
O médico cumprimentou-o e o despediu para fora da sala. Assentou-se e começou a pensar na estranheza de seus encontros e conversas. Esta conversa de médico lhe pareceu banal e extraordinária. Totalmente insípida...


Marcos S. Oliveira é Autor da Academia Brasileira de Letras...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

POLÍTICA URBANA

Sr. Thomas aconselha
O imposto público
Bons cuidados
Espaço Urbano.


Nada contra
O vereador Charles.
Iluminação e sinalização
A cidade bem cuidada.


Nada de garotos
Perambulando.
Escola para todos,
Educação técnica.


Polícia e moral
Bons costumes
Vigiar e orar,
Hipocrisia.


Mulheres trabalhando
Donas de casa
Comércio
Nada de liberdades.


Assim vivemos.
A história ensina,
O moderno
Compromete.


O jornalismo contido
Critica os tempos atuais.
Retrata na tevê,
Os tempos idos.

ACADEMIA

Autoridades
Poetas e letrados
Romancistas
Constroem a imaginação.


Brasil no romance histórico
Profissionais da comunicação
Escrevendo
Narrativas[1].


O literato
Na mídia
O intelectual
Conversas...


Critica e teoria
Teoria literária,
Mundo do romance,
Tramas.

[1] Somos todos narradores de situações especiais configurando o poético!
“É mais fácil fazer um verso, do que desejar a morte”.

Há tantas frases, sentenças, enunciados:
Que estabelecer uma leitura e sua lógica,
Permite incorrer em falsidade na estrutura.
Interpretações, a busca da veracidade falha.


A linguagem é uma “Babel” dona de sentido.
Um arcabouço literário, uma crença, posições:
São definidas visando o proveito – utilidade...
Lá onde há autoridade, defesa, instituições...


Até desconhecer, a ignorância, a sabedoria são
Parte da estratégia da ciência, do conhecimento.
Não há lado de fora do poder, da relação, do uso.
Meu trato é reverter essa lógica contra o criador...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

THE BOOK EVENT

O Entalhe do livro
Escrito e Inscrito
Na Pedra ao lado
Da vida das letras
Escrever na pedra
Ser escritor
Do livro do destino
Símbolo da escrita.



Cinzelo o verso
A martelo e cinzel
Deixo a marca
Do livro esculpido
Na pedra racional
Concreta e humana
À posteridade
Lei sagrada do livro.



A raça do livro escultural
É forjada nas linhas
Em livro de pedra
As inscrições sublimes
À cinzel com martelo!
O mármore resplandece
Para a posteridade
Junto à imortalidade!

domingo, 10 de julho de 2011

Estávamos todos ali frente a frente. Podia-se ouvir a respiração de cada um do grupo. Todos tinham voz embora apenas sussurrassem. O recado era dado em voz baixa e mansa. Compreendemos a mensagem e o texto. Levantamos, atravessamos a porta e os corredores, ganhamos a rua e cada um de nós guardava em si - a característica e a essência própria.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Estávamos a ouvir certo filósofo em palestra. Éramos todos ouvidos. Relatou certa obra da idade média acerca de lógica e uma pintura fora de série de renascentista, livro determinado “x” de autor célebre na p. 42. Estávamos todos deliciados. Depois comentou da visita ao “País de Gales” e sorriu. Contraiu o músculo facial e nos disse: “Vocês são todos loucos” e em seus clichês constava ser belo qualquer artifício...

domingo, 3 de julho de 2011

Não era fruto do acaso. De fato cheguei nesta cidade de Alegre especialmente para esta decisão e cartada final. Abordei propositalmente Álex nesta pequena rua de bairro no centro da cidade. Estava de terno Cinza claro, gravata bege, a caminho de sua meditação, após o trabalho, não a passeio pelas ruas, mas em uma caminhada no cair da tarde para aliviar o Stress. Reconheceu-me, franziu o Rosto e não me olhava neutramente. Estacamos um defronte do outro. Eu Pedro Ícone lhe devia estas palavras e não mais advertências, como outros haviam dito durante todo este emaranhado e trama, enredo que lhes narro para nossa boa consciência de homens, nada mais que deixar testemunho desta história. De fato Álex havia sido audaz e firme. “Estava agora sob a minha mira - ele sabia.”

“Álex – Sua vida está conturbada pelo fato de muitas aventuras que desenvolveu. A história individual revela o âmago de nosso caráter. Concordas?”

- “Plenamente Pedro Ícone: disse sucinto Álex e olhou-me duro e balbuciou ríspido: – estas foram as decisões! Não estamos sós. Aqueles do nosso lado e amigos, os parceiros, cada ser: junto a nós, nos envolvem e perdemos o fio da trama que pretendemos...” - “Tens controle da situação que vives: Pedro? Perguntou Álex com vivacidade!”

- “Negativo. Simplesmente estamos sendo olhados, um deus baixa a terra para nos ver não no palco, mas para dar à mostra o objetivo, as razões de nosso agir, a intenção e o que pretendemos com nossos atos - a compreensão...”

“ - Simples Pedro: - sou escritor e orientado por estas noções que elaborei para guiar minhas decisões e objetivos de forma proveitosa e útil. O que conseguiremos?”

- Ora, “julgo que pense dos participantes de sua história que sejam cúmplices e enredados - nada inocentes...”

- Realmente creio.

- “Pretendes deliberar?”

- “Não!”

- Ora, “então podes continuar o processo!.”

- “Sim posso!.”

- Ao meu lado Álex? “Ou não fugir dos intérpretes?”

- Não. “Não fugir da situação. Mas sim a amar como se fosse necessária!”

- Eu penso o mesmo, disse Pedro. – “Por ouvir dizer, pela escrita, por notícias - sua pessoa estava no crivo de meu olhar, certo acaso favoreceu.”...

- “Pensas algo deste privilégio da testemunha; - Caro Álex?”

- Sim!

Ora, - Desenvolvemos este desfecho conturbado e pleno de eventos, nada melhor que desejar-lhe ventura e final para a trama ou indicar a direção. Direi algo não enigmático, mas devido aos acontecimentos: algo que cabe na situação. Espero que ouça assim como charadas e enigmas - aporias. Por agir da forma que ages e como de fato és. De agora em diante terás de ser decidido e resoluto:


- Parabéns Senhor Álex !
CENA II

“Adentrou o Hotel, perguntou por Sérgio e o encontrando próximo ao elevador, disse que talvez pudessem tomar uma bebida quente, mais tardar, à noite. Disse que seu quarto era confortável, próprio à vida de escritor, lembrou de fatos passados, de suas amizades, desconversou e falou da necessidade de escrever...”

“Alta noite, meditativo, silencioso, ouvindo sonatas, movimentos musicais de piano, estudos de orquestra, certa música de Chopin, lhe chamou à ordem, era calma e tinha um fundo de respiração tranqüila, como estava sendo esta noite. Olhou à janela, a grande cidade iluminada, mostrava-se...”


FRAGMENTO DA PEÇA DE TEATRO QUE ESCREVIA


“Belas são as mulheres, a natureza, o oceano revolto que escondemos, nossas ilusões, as mentiras que criamos para ocultar nosso ser! Não lhe parece, meu introvertido e pensador de todas horas, Rafael?”

“Não há nenhuma verdade ou sonho que não tenha acreditado, e nada foi realizado, apenas pensei, idealizei e senti. Mas me sinto na decepção, contente!!”

“Já vi outras terras, lugares, paisagens, mas insisto em ser enigmático e misterioso, quanto sempre foi a vida!! Meu lugar nesta existência é demasiado simples, reles, rotineiro, mas mesmo assim a amo, nossa reveladora e misteriosa existência!! Oculta entre os cabelos, a mecha do inesperado e toda felicidade!!”


Carlos reergueu-se observou o néon das avenidas, acendeu um cigarro. A música prosseguia. Insistente. O tema repetia. Com sofreguidão pensou nestas linhas escritas. O leitor novato, talvez encontrasse poesia!! Novamente olhou a grande cidade, estas linhas em nada pareciam com a sua situação real e a vida de escritor... Porém não tinha decepção...”
Todo poeta é um sonhador. Nós idealizamos a poesia para novo mundo utópico - esboçado. A poesia gera existência em condições alegóricas. Poderia citar expressões em que acredito – abstrusas. Sou homem livre. E tomei a liberdade de poetizar a semiótica. Ficará entre nós. Decodificadora de códigos e transmissora de conhecimento: estuda sinais e mensagens, propõe falas e novas expressões para a época, elucida a língua escrita de outros povos: bem como suas crenças e propõe línguas artificiais para o entendimento, lógicas semiotizadas simbólicas, outros perceptos e artifícios, a semiótica emite informações e mensagens, quando é o caso, tanto inventa quanto compreende os símbolos, é dona de vocabulário específico e ainda ensina a aprendizagem das línguas naturais, dos gestos e dos comportamentos diferenciados culturais para interpretação, novas modas da fala e tiques verbais. Esta prosa poética é um pecado verbal, um jogo, a ciranda da poesia que me permito. Perdoem-me usar o nome “semiótica”.

sábado, 2 de julho de 2011

Neste momento o que disse a todos na mensagem fazia-me feliz.
Eu: Fernandes inocente de meus atos na medida em que sou livre. Percorro a existência, quando fugindo do castigo não de meus atos, já que o delito não existe torna-se inafiançável ou passível de punição. E eu livre outra vez para minhas novas epopéias...
Não matei meus personagens: sou o autor de vidas em trama, narro meu destino assim como quem o constrói, o emaranhado de acontecimentos e vidas em trama: meu eu se constitui. O personagem que sou configurou-se e então desapareço neste sorriso, neste esgar, em minha morte prometida, nestes autores vivos, na ficção de “eus” e personagens.
A epopéia de Fernandes: prossegue cínica ou irônica. Estarão surpresos e perplexos? Acredito que não!! Mas sempre a ficção Fernandes - autor deste livro irreal, mas bruto e concreto em sua linguagem permanecerá.
Quanto a ti leitor – advirto – minha epopéia prossegue!! Deverá existir fim e outro recomeço. O desaparecimento de Fernandes – em suas faces e dramas - nesta máscara de Escritor: fica aqui imortalizado.