terça-feira, 17 de janeiro de 2012

ESPECTADOR DE SI


A tela defronte à minha pessoa. E na poltrona central do cinema abarco com a visão ao derredor: os interessados naquele filme. Havia apostado ser ator cinematográfico de curtas e documentário. Ainda penso ser sensata esta arte para meu domínio. Ouvi vozes, ruídos e percebi o technicolor da película. Espero observar a reação dos espectadores e como se comportam. Matérias em jornais colorem a imaginação. Recordo. O público comparece. Há até agenda de exibição. Em festivais são exibidos. O ator que sou irrompe. E também o indivíduo aleatório nos sets, a compreensão do trabalho, tornam-me múltiplo, facetado e plural. Penso. Vejo-me sobre-humano e surpreendente. Acredito na sétima arte perceptível aos sentidos. Sou alguém neste anteparo que é a tela. Projeta para mim uma realidade transcendental a qual pretendo ainda prosseguir a vislumbrar e a ter.

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