quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A Gazeta Caderno Pensar

Confirmado no dia 24 de dezembro, sábado, no Caderno Pensar, texto a ser publicado: “Educação em Piaget e Wygotsky” – Jornal A Gazeta de Vitória.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Máteria em "A Gazeta" de Vitória

O Jornal “A Gazeta” de Vitória publicará texto “Educação em Piaget e Wygotsky” creio que no caderno “Pensar”. Estou feliz por que está até na moda ler este caderno no momento. Sairá com foto e perfil profissional. Não é legal?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

IMORTALIDADE

O tempo e a eternidade
Sonho da vida eterna -,
O Homem e os deuses,
A comparação feita -;
A imortalidade salva!
Sócrates está vivo
Ele ri dos algozes
O instante existe.
Veremos depois:
O portal eterno!
O universo é mágico:
A natureza solene -;
Grave é a vida...
Morrer é doce...
A Imortalidade!
Platão vive no instante,
E agora é acusado...
A poesia renasce!
República em festa...
Renasço platônico!
O tempo e o espaço
A curva do tempo
Outra dimensão!
Solene e grave,
É o eterno ou imortal!
Minha morte não doeu,
Morte rápida de herói,
Renascerei das cinzas.
A poesia atingiu a vida,
Conquistei o eterno!

sábado, 3 de dezembro de 2011

A ACEITAÇÃO DA VIDA

I
A vida é sagaz, enganosa e enganadora, quanto uma mulher. O que diferencia o corpo do homem do eterno feminino, decerto é a virilidade. A vida tem momentos belos, dramáticos, cruéis. Aquele que sabe viver e viver bem mostrou a todos em determinado momento, o fato contrário a sua vontade de viver. Mas não disse tudo, apenas indicou!!
II
Aprendi que em todas as épocas da história, houve diferenças. Que a famosa naturalidade é engano. Que nossos órgãos assumem funções variadas, de aprimoramento, mais ou menos como a mão que conduz um cavalo e os dedos digitadores, de nós contemporâneos...
III
Quando toda a nossa civilização torna uma técnica acessível, também as pessoas em sua vida incorporam este fazer, “Know-How”. A técnica difundiu-se tanto, que os humanos aprenderam o uso. A vida ganha artificialidade. Logo depois é atitude natural...
IV
O corpo humano, nossos órgãos: as funções do organismo, nossa carga genética, algo feito mutação, a transformação, é aceita pela visão. Quero dizer que a perspectiva aceita conduz nosso corpo a “metamorfoses”, à saúde e doença, a adaptações etc. Nosso corpo plasma: torna-se adequado, toma forma.


V
A visão, o olhar, conduz a experimentações. O ponto de vista, a perspectiva, o contemplar ou agir em função do que vê (lê), nota, percebe, conduzem nosso corpo a mutações, transformações: nem sempre conscientes...
VI
A vida é plena de surpresas. Tanto que compreender sua essência, é um flerte. Flerta-se com as palavras, com os saberes, com as conseqüências de nossos atos. Nem sempre a união é recomendável. Permanecemos flertando com as suas mazelas...
VII

Viver é cruel, viver é impor sua lógica e visada. Viver é assumir esta direção, viver é ter em frente ao nariz: o que é contrário a nossa vontade. Viver é fazer vista grossa ao que nos impede de prosseguir!!! Pois existe e dificilmente perecerá!!!
VIII
A vida assume ares de pensadora. Faz charme e é espirituosa. Está silenciosa e observa. Assentada. Traz uma concha nas mãos. Seus cabelos estão revoltos e com leves cachos. Ah quanto é perversa!!!

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Demiurgo

O Ocidente se confunde com o Ocidente!
O sonho de beleza da forma: sua retidão.
O homem estátua! Modelado e impassível!
Esculturando e idealizando a existência...

Pensou que o estilo faz o homem!
Adentrou nas profundezas e modelou
Seu projeto de existência da angústia.
Se viu belo, verdadeiro e retilíneo!

Seu olhar perdido no horizonte
Revelou as dobras do pensamento,
Modelou do sonho o corpo e a virtude,
Nunca duvidou que é capaz e apto.

Desmorona o Ocidente contemplativo.
O homem surgiu com seu estilo!
Seu projetou modelou a estátua:
Aguarda a hora de vê-la viva!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

JANELA

“Foi até a janela observar a noite e o silêncio: este recolhimento não era mais que fuga, mais que juízo, mas sim seu ser sem lamentos. Esta noite dos tempos que trazemos e que se introduziu em nosso ser, a noite silenciosa que grita no homem, a força deste pensamento inútil e grave – somente sincero a si, do próprio homem, sua particularidade...”

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

CARTAS DE AMOR

- “Todas as cartas de amor são ridículas: senão não seriam cartas de amor”. Fernando Pessoa: poeta, ainda me surpreende nestes versos abusados. Comentei a uma garçonete que de amor não falamos, pois o sentimos. Fui incompreendido e assim permanecerei. Bem: como quanto ao sentimento de amor. Não envolve posse. Algo patético, pois, referente ao sentimento. Esta sensação é obstinada. Podemos amar pelo simples fato de sentir amor. A delicadeza de perceber o sentimento de amor pela humanidade. Por esta cachorrinha frívola. Por uma tarde de recolhimento e céu azul. Um banho refrescante. Estar satisfeito. O amor, então, é possível - outra vez.
Chamam egoísmo amar a si mesmo. Não acho revoltante. Não me custa amar este rapaz por seu sorriso afetuoso e seu toque. Esta garota adolescente em conluio ao me mostrar sua beleza e ardor. Seus seios e perfume. Suas curvas.
Amo estas recordações de viagem, este quadro de pintura, este autor célebre, minha infância, a obstinação de alguém para permanecer vivo. - Contente de sobreviver a uma desgraça.
“Amar é...” esta mercê de um amigo, alguém querendo o nosso bem, comer à mesa com sofreguidão, o convite para vermos o filme: “O Carteiro e o Poeta”. Ter todo o conforto de alguém que nos ama de graça. Pela nossa simpatia. Por nosso fervor de estarmos juntos neste trajeto da existência. Um verso de Camões: “Amor é fogo que arde sem se ver...”. A paixão de amar é obstinada: como este ofício de escrever, cartas endereçadas aos que virão. Aos futuros parceiros de jornada – nossos leitores apaixonados por frívolas palavras de encantamento. A magia de amar sempre é imanente ao ato de amor. Ao simples fato de sermos humanos. A vida é re-permitida.
Endereço esta carta de amor aos leitores que em seu tempo breve de vida alegre: encontraram tempo para amar. A si e ao outro presente em seu mundo, companheiros de jornada, também à natureza humana ainda não desvirtuada e indômita. Ao amor pronto e acabado – capaz.

domingo, 20 de novembro de 2011

EDUCAÇÃO

“Texto Constitucional de 5 de Outubro de 1988. Cap.3. Seção I. Da Educação. Art. 206. II – Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III – Pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, a coexistência de Instituições públicas e privadas de ensino – VI – Gestão democrática do ensino público, na forma da Lei; Art. 208 § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo”.


Ao adentrarmos no espaço da digitalização, da educação pública, toda sorte de recursos para a comunicação e manifestação do pensamento, inclusive propagação e a formação do ensino democrático livre, encontramos toda sorte de adeptos, de aprendizes, de colaboradores e a iniciativa de aprender e ensinar – a concepção pedagógica da liberdade, pública, cidadã e plena de cooperação: ajuda. O espaço social e das relações, a pessoa do pedagogo e do aprendiz, em um processo de aprendizagem aberto, de comunicações e transmissões – veiculação do saber. As condições de urbanidade, de formação de grupos, de agenciamento em instituições, sejam de ensino, ou públicas e a entrada em diversos espaços onde a pedagogia da liberdade é constantemente frisada. O mural, a biblioteca, a livraria, a sala de aula, as relações com professores, a instituição de ensino feita obrigatória, lugar de passagem, a manifestação em jornais, a distribuição de escritos, o diálogo, a opinião pública, o afirmar a posição política enquanto especulação, o pluralismo das idéias devido o convívio com profissões diversas e locais que servem ao ensino subjetivo. Esta forma de educação é contínua, ao ar livre, uma espécie de ginástica conceitual, de concepção pedagógica livre. Há agenciamento da família, relações com a biblioteca, com a livraria, com o diálogo, com a impressão de escritos, relações com instituições de ensino, a via pública ou a praça: feitas locais de manifestação política, o mural, a caixa de correio, a mensagem, a formação de enunciados e palavras de ordem, diversos grupos em relação de aprendizagem. Inclusive a sociedade informatizada. Este processo de educação é uma espécie de ginástica do pensamento, ao ar livre, muita liberdade de aprender e ensinar – educação constante e contínua...

domingo, 13 de novembro de 2011

A Paixão de Pensar

Quando um Leonardo da Vinci desenhou e imaginou todos aqueles inventos e faltou a engenharia de sua época a realização: isso me comove...
O Exemplo de Julio Verne com sua literatura fantástica e ficções, o imaginar viagens espaciais ou a visita ao centro da terra, e ele ser apenas escritor que fantasia e hoje ser possível, algumas de suas aventuras e viagens me encanta...
O fato de um operário trabalhar dias e dias, mover as máquinas e ver de seu trabalho a fonte de sua vida, e também fazer política, passar por horas difíceis e miseráveis, e algum dia organizar-se e defender seus direitos, revolucionar-se, lutar por condições dignas de vida, mas nunca deixar de lado seus afazeres, é a mostra de que existe algo admirável no gênero humano.
Quando alguém é contrário ao incêndio das florestas e se diz ecologista e defende a vida, em prol de um eco-sistema natural onde preserve outras formas de vida e lutam por manter a face do planeta com seus seres vivos e é obstinado nesta luta, e briga por maior sensatez para a exploração dos recursos naturais, vejo que o homem é incansável na busca do verdadeiro bem.
Admiro alguém que empunha armas e bombardeia o país vizinho, morre por medidas necessárias, busca solucionar o conflito, pratica a violência, quer o bem de sua pátria e quase engole seu próximo, vai ao extremo, percebo que há algo no gênero humano, assim como a luta entre a vontade de viver e o instinto de morte, onde nunca saberemos quem vencerá, mas quando buscarmos as razões, esta atitude extrema se revelará dramática para a espécie, para o que crê determinado povo...
Diante desta exposição a minha paixão de pensar nota todas estas contradições e o conflito e a incerteza, a busca do melhor para o gênero humano, revela-se uma aventura, drama onde a busca da verdade e certeza do melhor, promove nossos instintos, as razões, o amor, o gesto do punho eriçado, a paixão de viver que me prende a este planeta contraditório...
A raça humana vive o drama de seu projeto, de sua caminhada, a tentativa de habitar a terra lutando por ideais e crenças e o homem morre para o que crê, vai até ao paroxismo...
Este dilema dos povos, das raças, das nações, do homem, do gênero e da espécie, desta escolha em ter: por exemplo, esta casa no monte e uma vida tranqüila, mulher e filhos, esconde o heroísmo da escolha do homem comum. O meu pensamento vagueia diante desta obtusidade, diante do heroísmo de qualquer opção, do absurdo por vezes da ação, deste estilo de vida contrário ao meu parceiro, desta guerra onde quero o meu bem, e onde o drama de viver é questionado, onde meus valores precisam ser pensados, onde cedo ao outro, onde vejo o crime, as mãos de alguém em gesto de dádiva, o drama da espécie humana, minha paixão e razão de viver é pensar esta riqueza e contradições...

domingo, 6 de novembro de 2011

PEÇAS DE TEATRO


SÓFOCLES. Édipo Rei. 427 A.C.

SHAKESPEARE. Rei Lear. 1606.

______ Macbeth. 1607.

_______ Hamlet. 1600.

PESSOA, Fernando. O Marinheiro. 1913.

IBSEN. Casa de Bonecas. 1879.

GOGOL. Diário de um Louco. 1963.

GOETHE. Fausto. 1806.

WILLIAMS, Tenesse. Um Bonde Chamado Desejo. 1947.

JAMES, Henry. A Volta do Parafuso. 1898.

MILLER, Arthur. A Morte do Caixeiro Viajante. 1949.

GUARNIERI, Gianfrancesco. Eles não Usam Black-tie. 1958.

RODRIGUES, Nelson. Vestido de Noiva. 1943.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Paixões do Concuspicível e do Irascível

Em direção à satisfação de bens desejáveis, por vezes distintos, quanto ao grau de dificuldade de atingir este bem, encontramos o concuspiscível e o irascível. São duas formas de apetite. O apetite irascível como envolve a razão ao desejar o objeto, pelo fato de envolver dificuldades na satisfação, se formamos um conceito ou imagem na posse, então se odeia, ama, deseja. O apetite concuspicível envolve o bem e o mal. Exemplo: quando o objeto desejado é deleitável, útil, prazeroso. Mas ainda é de forma natural este desejo, mesmo um apetite.
Quanto à faculdade de sentir estes desejos ou paixões: irascível ou concuspicível, Tomás de Aquino admite uma faculdade para diferenciar estes objetos de desejos. E que existe diferença de potência – um diferencial? O bem concuspicível ou paixão envolve os sentidos: enquanto o irascível a razão. Tem mais não!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

CURIOSO

Gosto de pensar – raciocinar. Estive pensando no imperativo categórico Kantiano: “tu deves!”. Após longos rodeios, a liberdade como conceito. E em demais classificações. E o conseqüente e imenso número de categorias do pensamento moderno. Devido ao plural de disciplinas e campos – o continente da investigação: avistei. Será preciso usar o recurso de afirmar ser moral estas especulações? Bem: de fato, constatei que não há livre arbítrio de pensarmos o que quisermos, ou o melhor na situação, durante a ação. Quanto mais quando ela se prolonga – dura. Não reconheço o eu. A qualidade do sujeito. O conhecimento inibe nossa ação, deste fato: “ - que vergonha!”.

domingo, 23 de outubro de 2011

UM BONDE CHAMADO DESEJO (FRAGMENTO)


STELLA - Então você não acha que a sua atitude superior está um pouquinho fora de lugar?

BLANCHE - Eu não estou sendo nem me sentindo superior, absolutamente, Stella. Acredite-me, não estou! É só isso. É assim que eu vejo isso. Com um homem como Stanley, a gente sai uma, duas, três vezes quando está com o diabo no corpo. Mas viver com ele? Ter um filho dele?

STELLA - Já disse a você que o amo.

BLANCHE - Então tremo de medo, por você! E... Tremo de medo por você...

STELLA - Não posso impedir que você trema. Se insiste em tremer... (Pausa).

BLANCHE - Stella, posso falar... Francamente?

STELLA - Sim, pode. Vá em frente. Com a maior franqueza.

(Fora, um trem se aproxima. Elas ficam em silêncio até que o ruído se extingüa. Ambas estão no quarto. Sob a proteção do barulho do trem, Stanley entra, vindo de fora. Ele fica, sem ser visto pelas mulheres, segurando alguns pacotes nos braços, e ouve por acaso a conversa que se segue. Ele usa uma camiseta e calças de pano leve, riscado de azul e branco, e sujas da graxa).

BLANCHE – Bem, com licença da má palavra, ele é ordinário!

STELLA - Ora, sim, suponho que sim.

BLANCHE - Supõe! Você não pode ter esquecido tanto assim a educação que recebeu Stella, para estar só supondo que exista qualquer indício de cavalheiro na natureza desse homem! Nem sequer uma partícula, não! Oh, se ele fosse apenas... Comum! Apenas simples... E bom e saudável, mas, não. Existe alguma coisa francamente bestial nele! Você está me odiando por dizer isso, não está? (friamente) em frente e diga tudo, Blanche. Ele age como um animal. Tem hábitos de animal. Come, fala, anda como um animal. Há nele qualquer coisa de subumano, qualquer coisa de gorila como nesses quadros antropológicos que a gente vê por aí. Milhares e milhares de anos se passaram e aí está ele: Stanley Kowalski, o único sobrevivente da Idade da Pedra trazendo para casa a carne fresca da matança da floresta! E você... Você aqui... Esperando por ele? Talvez ele a ataque ou talvez grunha e beije você! Isto é, se já tiver descoberto o beijo. A noite cai e os outros gorilas se reúnem lá na cova da frente, todos grunhindo, bebendo; estraçalhando-se com ele. A sua "noite de prazer" como você chama a sua reunião de gorilas! Alguém rosna... Alguma criatura bota a mão em alguma coisa... E lá vem a briga! Meu Deus, Stella, talvez nós estejamos muito longe de sermos feitos à imagem de Deus. Mas, Stella, minha irmã, houve algum progresso no mundo desde então. Coisas como a arte, a poesia, a música, uma espécie de nova luz apareceu... Em algumas pessoas sentimentos mais nobres começaram a surgir... E são esses sentimentos que devemos cultivar. E fazer com que eles cresçam em nós, e agarrarmo-nos a eles, e fazer deles a nossa bandeira, nossa marcha escura, para onde quer que estejamos indo... Não, Stella. Não fique para trás com os brutos.

(Outro trem passa lá fora. Stanley hesita, lambendo os lábios. Então, subitamente ele se volta, furtivo, e se afasta da porta ao frente. As mulheres ainda não perceberam sua presença. Quando o trem termina de passar, ele chama através da porta da frente, que está fechada).

STANLEY - Ei, Stella!

STELLA (que esteve ouvindo Blanche atentamente) - Stanley!

BLANCHE - Stella, eu...

(Mas Stella já se foi para a porta da frente. Stanley entra descuidado, com seus pacotes).

STANLEY - Olá, Stella, Blanche voltou?

STELLA - Sim, ela voltou.

STANLEY - Olá, Blanche. (Sorri ironicamente para ela).

STELLA - Você deve ter entrado embaixo do carro.

STANLEY - Os malditos mecânicos do Fritz não sabem distinguir o rabo deles de... Eh!

(Stella o abraça com ambos os braços, com paixão, e bem à vista de Blanche. Ele ri e aperta a cabeça dela contra a sua. Por cima da cabeça dela ele ri ironicamente para Blanche através das cortinas. Enquanto as luzes vão diminuindo com uma luminosidade que permanece mostrando o abraço dos dois, a música do piano “blue”, com trompete e bateria, se faz ouvir).

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

‎"A internet não é um ciberespaço monolítico ou "não-lugar". Em vez disso, ele é constituído por inúmeras novas tecnologias, utilizadas por diversas pessoas em muitas locações do mundo real. Consequentemente, há muito a ser ganho por uma abordagem etnográfica, atrrvés da investigação de como as tecnologias da Internet estão sendo compreendidas e assimiladas em algum lugar em particular (Miller & Slater,2001, p. 1).

LIBERDADE!INFORMAÇÃO!ATIVIDADE!

A Ação possível advém desta escolha. Foi o mais ou menos cabível em certo estado de coisas. O Meio econômico bastante improvisado, segundo as circunstâncias. A mobilidade nos espaços geográficos – pouca. Cidades que habitei e a escolha desta devido ao tempo livre, a possibilidade de aprender, a atividade da escrita, informação a principio através dos livros. Enunciação e significado do que pretendia: estar livre e desimpedido de compromissos oficiais. Aceitar o que está ao lado: corredores da universidade, a rua, o quarto, o jornal, grupos políticos, a carta, a livraria, a publicação, palavras de ordem, os correios e a mensagem, a internet, os sites para a informação, o ostentar títulos, nada de mulher. O mostrar o trabalho da escrita, conectar-se e agenciar-se, livre e desimpedido para ações fora do lugar comum. Percurso longo e demorado, o agüentar. Fazer uso do vídeo (cinema) e da tevê, dos computadores, das rádios, da impressora, desta máquina de escrever, desta antena parabólica, do fichário, relação com trabalhos escolares, estar na moda, lotar as paredes do quarto de quadros e observar. Certo amor pela poesia, escrever. “Liberdade!!Informação!!Atividade!!!”

domingo, 16 de outubro de 2011

FILOSOFIA DO ORÁCULO

***


(Em forma de Poesia)

Narra a lenda que quem consultasse o oráculo, seu destino estaria traçado. Assim fez Édipo, anteriormente e toda a tragédia chegou ao final. A sabedoria do Rei e de todos, o desvencilhar da trama, mostra que a sabedoria excessiva, tentar controlar o destino é fora da medida, é algo contrário às leis da natureza, a verdade destas vidas se revela já conhecida, ou pronta a se desvelar – vir à mostra.
A figura do adivinho ou a verdade através da revelação, o querer saber a todo custo, o revelar os enigmas: significam um ato contrário às leis da natureza, à naturalidade, ao bom andamento de nossa existência.
A procura, o encontro, a busca incessante, o usar de todas as forças para contrariar o que vem acontecendo, o homem se mostra divino, feito um deus, o herói do seu destino ou dos protagonistas de qualquer história...
A ficção deixa de existir, a verdade que se revela, cega os protagonistas. Os atores da vida vêem a verdade nua: desvelada e posta à mostra, dos pés à cabeça...
O oráculo nada mais é que essa vontade de saber, de conhecer para agir, de controlar os acontecimentos, de ter a verdade a todo custo. Mas ele diz veladamente, com simbolismo, com luz e trevas, com argúcia, pondo à mostra toda ignorância anterior...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prêmio Nobel de Literatura 2011

“Os fios elétricos
estendidos por onde o frio reina
Ao norte de toda a música.
O sol branco
treina correndo solitário para
a montanha azul da morte.
Temos que viver
com a relva pequena
e o riso dos porões.
Agora o sol se deita.
Sombras se levantam gigantescas
Logo logo tudo é sombra.
As orquídeas.
Petroleiros passam deslizando.
É lua cheia.
Fortalezas medievais,
cidade desconhecida, esfinges frias,
arenas vazias.
As folhas cochicham:
Um javali está tocando órgão.
E os sinos batem.
e a noite se desloca
de leste para oeste
na velocidade da lua.
Duas libélulas
agarradas uma na outra
passam e se vão.
Presença de Deus.
No túnel do canto do pássaro
uma porta fechada se abre.
Carvalhos e a lua.
Luz e imagem de estrelas silentes.
O mar gelado.


“Poemas haikai”, de Tomas Tranströer,
publicado na ediçã 25 da revista “Poesia
Sempre” (2006), da Biblioteca Nacional, com
traduçã de Marta Manhãs de Andrade

sábado, 8 de outubro de 2011

SURFANDO COM O VERSO

O tempo

Escoa lento
Gota d’água.

O brilho do sol

Nas retinas dói.
Permanecem

Densos

Grossos

Voláteis.
A natureza

Em castelos

Congelou.
Inerme e fria

A esperança.

Vazia e oca.

Apenas Calipólis

Resiste.



Sábado, 08 de outubro de 2011

LIEBE!

Darling: mon’amour
I love you…
My darling it’s think.
Je t’aime.
I think of you my dear.
My love: darling.
Chers.
I think of you.
Liebe!

POEMETO

Todo mundo ama Marcos:
Marcos amará todo mundo.
Inclusive eu; Marcos ama.
Marcos tem o maior amor
Do mundo. Ama as mulheres
Todas elas deste mundo de Deus.
Marcos amará todo mundo;
Todo mundo amará Marcos. E fim.
Mas o amor recomeça. Sempre.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

SUCESSO!

Os sociólogos americanos quando enfocam diversos grupos sociais presentes em instituições políticas, grupos econômicos com agentes sociais, certos indivíduos atuando em espaços públicos, carreiras que os atuantes desempenham funções múltiplas – os sociólogos quanto ao desempenho: os classificam em grupos de sucesso. Aos grupos de sucesso pertencem todos aqueles que de forma exemplar nos escalões da sociedade em suas empresas, obtiveram sucesso. Os presentes nestes grupos são intitulados de formadores de “superclasse” que em suas ações e labor: implementam peculiares níveis originais de status e riqueza. Estes grupos de sucesso constituem em seus inclusos as pessoas mais influentes do mundo. A sociologia americana destacou em seus procedimentos, o seu diferencial perante outros analistas da sociologia.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POP FILOSOFIA

O filósofo é um estrangeiro em sua própria terra. A Grécia para ele é um rincão perdido em seus sonhos. A utopia da filosofia permanece viva na insistência em filosofar. Para ele o pensar é uma estranha fábula. Ele cria seus monstros, suas estórias, as fábulas, por exemplo, Hércules e sua túnica, Empédocles e as sandálias, Heráclito e Zeus jogando malha, assim como raciocina em como chegar à verdade, em ter clareza, em conhecer as forças da natureza.


O filósofo dá um crédito enorme à razão. Saber a razão de tudo que diz, do discurso que defende, a opinião que proclama – “o logos de onde fala...” A verdade da filosofia é uma batota por vezes, na boca de outros, de quem supõe o que seja filosofar. A filosofia é um crédito que abrimos a nós mesmos, a nossa individualidade, mas temos este discurso, para nos revelar: a filosofia ensinou a caminho que chega a nós mesmos. Não nos perdemos no labirinto de Teseu, nosso fio nem sempre é o caminho da convicção, mas o da permissão de prosseguir. É o que pedimos acanhadamente.


A vida moderna e atual é múltipla, o filósofo apresenta sua imagem, por vezes a do pensador, do professor, do poeta, mas isso é disfarce, máscara. O filósofo contracena, arma um teatro, monta um discurso, onde outros tomam voz. Vermos Sartre com sua prática Filosófica, através da literatura, com o escritor surgindo, a vida de pequeno burguês contestada, mas também a figura do crítico e revolucionário, que ele era, sua intelectualidade surgindo nas lutas eventuais, pelo ativismo político, nas ruas de paris. Enxergamos Foucault com a liberdade do pensamento, a favor do delírio, mostrando nos quadros de sua expressão, as disciplinas e o confinamento, a que fomos reduzidos, pelo aparelho “humanidades”. Poderemos ver em Barthes a literatura e a linguagem, surgindo inesgotável, para nosso prazer das lutas. A paixão do pensamento nas dobras do signo, numa linguagem amorosa, por vezes desperta para a sua tirania – a gramática. Nietzsche com seus grandes bigodes, na tentativa de esconder seu sorriso, aponta os artistas da violência, os poetas embriagados... Enfim, a Pop Filosofia é música e canção, é este gato que passa sorrateiro, nas sombras da noite, nos telhados da imaginação, mas também é fotografia, dos arranhas céus de qualquer metrópole, o urbano e denso que suportamos... A Pop Filosofia é uma canção de Belchior, ou do Kid Abelha, que colocam em pauta, a escritura, a análise, a educação. Muito de delírio, experimentação e este coração sangrando por uma pitada de liberdade e um pouco de imaginação.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O Espírito Clássico Alemão

A alemanha terra
Inóspita e montanhosa
Espíritos rudes
Com espírito de máximas...

Tais quais a de Goethe
O poeta clássico.
Fausto em seu intróito
A peça em verso
Re-descobre a língua.

O Tratado das Cores
Máximas e Reflexões
A serem conhecidos,
Pelos poetas de amanhã.

Os poemas brilham:
De luz a pedido de Goethe
- “Luz, Mais luz!”
A imortalidade ainda vive.

Naquilo que idealizou
Outro homem e poetas
Sonhou o clássico!
Enalteceu a alemanha!

20 de setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

Pós-escrito


A produção múltipla escrita, a função autor, o ofício de escritor através da experiência pessoal com gêneros variados, e também após adentrarmos realidades específicas distintas, modalidades, medindo as conseqüências e implicações, o que conseguimos e os efeitos, em suma, a amplitude desta ação, os agentes e atores, pessoas destacadas, para certos ofícios e nossas experimentações, objetivos e o conceito de livro-evento: tudo cristaliza em situações, conjunturas desejáveis e procuradas. O Evento Livro forma de conteúdo com significação ampla e geral. Denota estado de coisas realizável processado e instaurado – psicofísico[1]. O conteúdo da obra pretende expor ao leitor interessado a pergunta: se existem eventos psicofísicos. A filosofia do universo da escrita e do pensamento - filosofia da mente. Até que ponto existe uma literatura filosófica e sua importância para o evento-livro. Acontecimento singular. Especular a obra que seria um livro evento – acontecimento cultural e livresco. E sua importância para a carreira “acadêmica”. Qual seria a relação entre a ação humana e o corpo: a consequente cultura do livro, o pensamento e a mente. Uma crítica à filosofia contemporânea e sua linguagem. Propomos verificação de certas sentenças e proposições - afirmativas. A adequação do que vai pela mente e o mundo externo. A matriz do evento.


[1] Salientamos que não desconhecemos os nomes filosóficos Donald Davidson, Kim, Blaise Pascal e Richard Rorty. Embora nossas análises adquiriram sentido e direção bastante diferenciadas.

O ESPLENDOR

O passeio do poeta
Nosso passeio público
As vias do verso
A rua do poético
O esplendor da avenida.


Na rua a descoberta
Do reino e do esplendor
A poética em torno
Do verso e da avenida
Do poeta transitando...


As vias e o trajeto
O público passeio
Andar pensando
Os prédios do saber
O concreto do verso!


Amor amanhã
O veremos flanêur
Pleno de rua
Em torno do verso
Passeio pelas rimas...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Tensão da Pantera

Pantera Inquieta
Prestes a atacar
A investir.

A fera instintiva
Na noite
Transita.

Olhos brilhantes
A pele negra
A transitar;

Nervosa
Tensa
Dona de si.

O bote
Calculado
Indomável...

A fera intratável
Prestes a atacar
Tensa e nervosa,

Seus olhos
Brilham na noite:
A pele negra,

A transitar
Inquieta e nervosa.
Acuada e Tensa.

Seu salto
Investe a prêsa!
A destrói.

O bicho
Acorda.
E em seu bote

As forças
Da natureza
Sua pele negra,

E olhos brilham.
O sangue resplandece;
Fera adorável saciada...

domingo, 11 de setembro de 2011

O romance “Quando Nietzsche Chorou” bastante ficcional escolhendo a via médica para abordar a filosofia, o amor, as relações familiares, a amizade, segue trajeto em busca de uma terapia para os conflitos psicológicos. O diálogo de Breuer e Nietzsche durante o romance, personagens femininos como Bertha e Lou, Mathilde a ponto de romper a tradicional visão da mulher perante os homens, e também, o conflito familiar e filosófico, aparentando abordar o lado doentio, desencadea nos personagens a trama do romance. O destino e as escolhas são frisados. A psicanálise e a filosofia se vêem desarmadas perante o drama. O livro é “agradável” para quem pretende pensar os males do corpo. Nossas indisposições perante a época.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Discriminação

O livro a “Discriminação Negativa” de Robert Castel acerca de rebeldia de jovens das periferias de Paris em 2005, discorre sobre o fato de se proclamarem “Autóctones da República” e não cidadãos: pelo fato do Estado Francês ter falhado em suas políticas públicas quanto a este grupo e fatia social na região metropolitana. Apontam violência policial e discriminação negativa no que se refere à sua condição econômica. E pelo fato de sua grande maioria serem filhos de imigrantes de colônias francesas, e, certo racismo, por seu tipo físico. Há no livro manifestos e Rap para Marianne, estatísticas do governo francês, quanto à escolaridade, trabalhos exercidos e sua renda. O autor Robert Castel é muito lúcido e competente. Seu parecer político é favorável à esta luta desencadeada e indica mesmo haver questões raciais na frança e que deveria haver maiores informações estatísticas acerca deste fenômeno não só na frança, mas, em toda a Europa.

sábado, 27 de agosto de 2011

A IDENTIDADE HACKER

Todos os dias certo cidadão bastante conhecido em Recife adentrava uma Lan House e demorava no uso de seus computadores.
Algumas vezes foi visto pelo proprietário a buscar imagens e abrir diversos endereços de e-mail. Também escrevia textos curiosos e os selecionava.
Alguns dias depois, demorou longamente no espaço da Lan House. Havia aberto um Site e o registrado. Nesse momento pediu também que imprimissem certos cartões e o recortassem e no outro dia lhe foi entregue.
Foi visto por poucas pessoas quando se retirou da cidade em um táxi. Chegando em Olinda pagou o motorista e pediu que não comentasse o fato.
Conseguiu em poucos dias trabalho em um bar e local para dormir. O horário de trabalho era longo. Quando perguntavam quem era mostrava o cartão.
Deram-lhe por pessoa inteligente: pois se dizia escritor. Raras vezes executava seu trabalho paralelo de escritor. Seus escritos eram visto no Site.
Em pouco tempo foi conhecido como Daniel Souza. O que ganhava e as poucas regalias faziam de seus gastos mínimos. Era o suficiente para viver.
Era bastante simpático e afetuoso e afirmava lidar com computadores para propaganda de seu trabalho de escritor.
Meses depois disse que deveria ir embora. Retirou-se da cidade e foi dessa vez sem dizer para onde ia.
O fato é que havia mudado de nome. A identidade era falsa. Ninguém o soube. Havia dissimulado. O hacker foi-se desta cidade com o mito de “Daniel Souza” em Olinda e curiosa pessoa em Recife.
De fato era mesmo mais um anônimo na multidão. Uma pessoa sem rosto e identidade e um falsário e dissimulador. O hacker dos tempos modernos.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Verso: frase louca
Poema da surpresa
Da poesia múltipla:
Estrofe de quatro linhas.
Não farei um soneto
Nem rimarei contigo
A alma do poeta
Encantatória.
O encantamento
Rima a palavra
Amor e dor
Nada mais.
Nada mais não.
O poeta disse tudo
Está mudo
Mudou o mundo
Venceu com a poesia.

domingo, 21 de agosto de 2011

A palestra que adoraria proferir chama-se “Literatura e Filosofia”. Parto do principio de que existem obras – literatura filosófica. Quanto aos romances, crônicas contos, versos, formam a literatura, campo literário propriamente dito. A escrita filosófica é específica, os filósofos e suas obras, o uso é distinto e diverso – conceitos, atuações, erudição. O uso da escrita é bastante indicador de vivências e experimentações. Como a forma literária é variada, a literatura produz obras marcantes – capitais. A literatura prima por gêneros variados. Uma carta, texto ou e-mail. A crítica literária é tão intelectual quanto a filosofia. A literatura com a vanguarda propõe experimentações literárias. A filosofia sempre indica que sua especificidade mantém relações com o conhecimento humano: visto e historiado. Todas as duas escrevem e registram obras e autores. Mas o manuseio é diferente. Enfim: a literatura e a filosofia são independentes.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

LÓGICA DO SENTIDO


Lewis Carrol é o explorador da superfície. O pensamento da aventura de Alice no País das Maravilhas. Alice é um sujeito sem determinação, uma mônada simples, alguém que promove a aventura do outro lado do espelho para se constituir feito sujeito, processo de determinação.O mundo de Alice é fantástico e obtuso, pleno não de fantasia, mas irrealidade, mundo sem sentido e significação: o espaço do não-sentido...Antonin Artaud criticou Lewis Carrol em seu poema dos peixes ao qual pretendia traduzir e que não o fez, devido a superficialidade e afetação de um efeminado, o menino que não pretendia enfrentar a condição de pai.Antonin Artaud desceu às profundidades, promoveu uma escrita da carne, do corpo, da crueldade, não dos órgãos, mas da violência e devoração, dos regurgitamentos e dos gritos...A escrita de Carrol segundo Artaud é de alguém que devia ter boa alimentação, plena de jogos lógicos, de non-sense, de humor superficial, assim feito uma menininha se descobrindo, constituindo-se em seus “games”...O poema dos peixes de Artaud onde no mar não existe o “snark” monstro de Carrol, onde Silvia e Bruno em sua história e narrativa, plena de absurdos, vêem a chuva horizontalmente...Os contos de Carrol plenos de paradoxos lógicos cheiravam a Artaud Afetação...Mas a aventura de Artaud com a loucura a qual Carrol também não fugiu, foi mostrar o corpo dolorífero, sofredor, o êxtase da crueldade, a escrita do corpo sem órgãos, sem ânus, sem boca voraz...Esta reflexão mostra a aventura do pensador das profundezas comparado com o mundo da superfície, mas os dois universos são plenos de aventuras...Nietzsche inventariou as Alturas. A fábula do pensador e homem na montanha – o sábio Zarathustra. Ele é anunciador e profeta. Nietzsche fez uma promessa-ameaça, que em pouco tempo o Homem não mais seria e sim o Super-Homem...Este relato de quem inventariou os níveis do pensamento, põe à mostra o espaço e geografia, onde de novo, será possível pensar!

domingo, 14 de agosto de 2011

PAPER


- Para gerar filmes de vidas de escritores, os lugares de cenas são estes:

1- Cenas em rua e casa do escritor. Ou Hotel e música dramática.

2- Cenas em bibliotecas ou livrarias.

3- Cenas escrevendo cartas com voz off e de fundo.

4- Amigos dialogando sobre literatura. Diálogo sobre autores conhecidos e sobre literatura. Conceitos...

5- Cenas em escolas e escritórios...

6- Encenando peças que escreveu ou poemas de preferência sua. Com voz...

7- O quarto e seus livros, o note-book e a máquina de escrever.

8- Matérias em Jornais, Manchetes e recursos cênicos...

9- Bate-papos em bares e restaurantes sobre literatura

sábado, 13 de agosto de 2011

MINHA DESGRAÇA

Minha desgraça, não, não é ser poeta
Nem na terra de amor não ter um eco
E meu Anjo de Deus, o meu planeta
Tratar-me como se trata um boneco…
Não é andar de cotovelos rotos
Ter duro como pedra o travesseiro
…Eu sei… O mundo é um lodaçal perdido
Cujo sol (quem mo dera!) é o dinheiro…
Minha desgraça, ó cândida donzela
O que faz que o meu peito assim blasfema,
É ter para escrever todo um poema
E não ter um vintém para uma vela!

Álvares de Azevedo (in CANCIONEIRO ALEGRE I,

compilado por Camilo Castelo Branco)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Necrológio dos Desiludidos do Amor

Os desiludidos do amor
estão desfechando tiros no peito.
Do meu quarto ouço a fuzilaria.
As amadas torcem-se de gozo.
Oh quanta matéria para os jornais.
Desiludidos mas fotografados,
escreveram cartas explicativas,
tomaram todas as providências
para o remorso das amadas.
Pum pum pum adeus, enjoada.
Eu vou, tu ficas, mas os veremos
seja no claro céu ou no turvo inferno.
Os médicos estão fazendo
a autópsiados
desiludidos que se mataram.
Que grandes corações eles possuíam.
Vísceras imensas, tripas sentimentais
e um estômago cheio de poesia...
Agora vamos para o cemitério
levar os corpos dos desiludidos
encaixotados completamente
(paixões de primeira e de segunda classe).
Os desiludidos seguem iludidos,
sem coração, sem tripas, sem amor.
Única fortuna, os seus dentes de ouro
não servirão de lastro financeiro
e cobertos de terra perderão o brilho
enquanto as amadas dançarão um samba
bravo, violento, sobre a tumba deles.

Carlos Drummond de Andrade ©

Beat e Beatnik Poema

O poeta na cidade
Medo e confiança
A irmã de viagem
Em casa com Beatles
“Yellow Submarine”
Insiste e toca: note-book
O poeta parafrasea
O dia deste poema
Verso urbano
O poema beatnik.
A História da Microsoft nesta biografia de Bill Gates (DVD) “O Sultão do Software” quer ser a descrição de uma ação e trabalho de uma empresa produtora de softwares e também da alienação progressiva dos hardwares que em sua evolução propiciou uma vantagem para a parte “soft” dos computadores (os programas) - em detrimento dos “hard” – sistemas operacionais. Ocasionou muitos processos jurídicos (forma inteligente de promover sua empresa e defender seu campo de ação). A Microsoft pela sua atitude é uma das empresas mais competitivas do mundo dos negócios inteligentes.
“O espírito da cidade é formado pelo acúmulo de minúsculas interações cotidianas com o motorista de ônibus, os outros passageiros, o jornaleiro, o garçom do café, das poucas palavras, dos cumprimentos, dos pequenos gestos que aplainam as arestas ásperas da vida urbana." pp 88-89 ; "Confiança e Medo na Cidade" - Zygmunt Bauman.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Concórdia


Inteligência urbana
Todos com vida
Necessidades e luxos
Permitidos e queridos.

Basta à violência
Na cidade e bairro
Concórdia de todos;
Ouçam-me e escutem.

Todos sentados
Na mesa para acordo
O que iremos fazer?
- A cidade racional.

Meu bem e seu bem
Satisfeitos e posses
Todos satisfeitos,
A cidade racional.

O que iremos fazer?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Escondo dos outros
A época da bonança
Então sou poeta.
Cruzo por mares
‘Nunca dantes navegados’
E o bem maior – possuo.
Toda esta felicidade
Ternamente a cultivo
Poesia ‘pós-moderna’.
Minha ventura
Dia a dia a conheço;
O ‘bem’ maior.

Agramatical meu poema beat
Cummings em sua derrissão
O poema litte-speech
Do you love-me?
A cada esquina
E beco-morte
A poesia e o poetry
A poesia cada dia.
Todo dia.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

À Passeio pelo Mundo

Em cada beco da existência
Encontrei o lado negro:
“Underground” ou “Down”.
Ensinaram-me a alma gêmea,
Onde vida e morte entrecruzam.
A minha alma gêmea “vida e morte”:
Irmãs-primas de quem procura
A vida de forma vã.
Nela encontrará
O beco da existência
E nada mais;
Nada mais que o beco.
O beco sujo e a latrina
Verás então:
- Que nada mais.

domingo, 7 de agosto de 2011

Marcos Silva Oliveira

Aprendeu as Primeiras Letras em uma "Escola da Embaixada do Chile" na Cidade do Rio de Janeiro (1967), o Ginasial e o Científico em Alegre/ES (1977). Pré-Vestibular no Miguel Couto Bahiense (1978) e Possui graduação em Curso de História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Alegre (1996-1999). Publica Obras Literárias de Forma Independente, participa com Textos e Artigos em diversos Jornais. Foi Residente da Casa do Estudante Universitário do Rio de Janeiro (1983), cursou o Básico de Engenharia na Universidade Gama Filho (1979-1980), Curso Extra-curricular com Leitura de Textos diversos no Instituto de Psicologia da UFRJ (1981), e prosseguiu os Estudos no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1982-1983). É "Autor" da "Academia Brasileira de Letras", Ex- Coordenador de Eventos da Biblioteca Pública Municipal de Alegre / ES (2009-2010) e Sócio Fundador da "Casa da Cultura de Alegre". "Editor/autor". Já participou de documentário e filme.
(Texto informado pelo autor)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O POETA ESPECULA

Ser poeta para transgredir
Poema que fosse choque
Acordasse as pessoas -;
As fizesse enérgicas.

Poema que coubesse
O amor à vida
Luta de empreendedores
O explodir das sensações.


Poema que construísse
Novo mundo.
Coubesse esta esperança
A transformação a definir.


Que o poeta em aventura
Amasse de outra forma
Os bichos e o homem;
A natureza e a mulher.


Que a poesia rebelde
Indicasse o caminho
Vertente para nova tentativa
Da jornada humana.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CINEMA

“Estaremos sendo vistos quando olhamos para a tela? O enquadramento do espectador? Senão o quê seria o cinema? Um olho - grande olho para a imagem do mundo? O "real" não seria uma imagem que prevalece? As narrativas de cinema nos conduzem a experimentar ou bem enxergar a "transcendência" do mundo - seu caráter incerto de imagem que falseabiliza o modelo - a imagem verdadeira contestada!"

Vide: "Lacrimae Rerum" de Slavoj Zizek

terça-feira, 2 de agosto de 2011

FICÇÃO E INTERLÚDIO


- Para que falarmos de coisas que já não mais importam como se importassem?

- O que direi a todas as vossas impertinências e respostas desabusadas?

- Toda conversa tem termo e fim. - A nossa se acabou?

- A cada palavra mais desentendimentos?

- Sr. Apressado: quando escrevemos nenhuma palavra mais vale!

- Este texto lacônico pouco significa. Como todo o resto...

- Bem! Pelo menos fizemos as pazes...


Segunda-feira, 1º de Agosto de 2011.

domingo, 31 de julho de 2011

FILMOGRAFIA



Budapeste (2009). Imagem Filmes. Diretor: CARVALHO, Walter. Baseado Vida/Obra de BUARQUE, Chico. Elenco: ANTONELLI, Giovana.

Clube do Imperador, O (2002). Europa Filmes. Diretor: HOFFMAN, Michael. Elenco: KLINE, Kevin.

Dias de Nietzsche em Turim (2004). Europa Filmes. Diretor: Júlio BRESSANE. Disponível na Internet.

Escritor Fantasma, O (2010). Paris Filmes LK TEL. Diretor: POLANSKI, Roman.

Horas, As (2002). Imagem Filmes. Elenco: Nicole KIDMAN.

Mente Brilhante, Uma (2001). Paramount Pictures. Diretor: HOWARD, Ron.

Mundo de Sofia, O (2000). Versatil Home Vídeo. Diretor: GUSTAVSON, Erik.

Sociedade dos Poetas Mortos (1989). Buena Vista Sonopres. Elenco: WILLIAMS, Robbins.

1984 (1984). Lume Filmes. Diretor: RADFORD, Michael. Elenco: BURTON, Richard – HURT, John.

BIBLIOGRAFIA PARA ESTUDOS


CANEVACCI, Massimo (2001). Antropologia da Comunicação Visual. Da Tradução DP&A Editora.

ARISTÓTELES (1998). Arte Retórica e Arte Poética. Ediouro, 15 ª Edição. Tradução de Antônio Pinto Carvalho.

BOURDIEU, Pierre (2002). As regras da arte. Companhia das Letras. 1ª Reimpressão.

HUGO, Victor (2007). Do Grotesco e do Sublime. Perspectiva. Tradução do Prefácio de Cromweell.

FREGE, Gottlob (2002). Investigações Lógicas. EDIPUCRS. Org. trad e notas de Paulo Alcoforado.

SANTAELLA, Lúcia (2004). Navegar no Ciberespaço. Paulus.

HABERMAS, Jurgen (2000). O Discurso Filosófico da Modernidade. Martins Fontes.

BLANCHOT, Maurice (2005). O Livro por vir. Martins Fontes.

PIGNATARI, Décio (2005). O que é comunicação poética. Atelier Editorial. 9ª Edição.

Termos Técnicos

Agência: formação de locais onde o ato literário se faz presente.



Forma: modelagem da matéria.



Estilo: procedimentos pessoais e do indivíduo.



Ação: provocada pela força do movimento do corpo.



Mente: noções presentes e conceitos elaborados.



Livro: objeto acabado literário.



Evento: acontecimento ímpar.



Lugar: onde os agentes esperam o desfecho do ato.



Término: fim da ação e conteúdos elaborados para outra.

sábado, 30 de julho de 2011

Novamente, Alex


“O sujeito de romance ou livro está para se determinar...”

As escadarias deste bairro da parte central da cidade, a conheço tanto e muitas vezes aqui estive. Vagueei pelas ruas circunvizinhas, adentrei bares, comprei frutas com o vendedor em sua barraquinha improvisada e segurava a pasta do trabalho com força, por entre a mão, certa mulher olhou-me de relance, rapidamente, pelo fato de estar sem carro, percebeu que tinha o hábito de caminhada, de fato, ela, transpareceu ser compreensível.
Na calçada da avenida transversal topei com Davi, perguntou-me se tinha tempo para diálogo, prometi procurar-lhe ou telefonar. Eu Alex: estou com as horas contadas para chegar à secretaria de comunicação e cultura desta cidade. Vagueio outra vez pelas ruas e vejo que é chegada a hora, subo os degraus, bato com o nó dos dedos na porta e a secretária pede que aguarde. Ela avisa-me que já posso entrar. O secretário é bastante pertinente. Conversamos o cronograma anual de cultura. Ele afirma ser fácil a decisão: – “o veto quase só depende de mim.” Bebo refrigerante da pequena geladeira no fundo da sala e saio para a sacada. Davi atende outro “visitante”. Saio pela porta lateral e nada mais penso, senão nesta função, agente administrativo. Estou legal. A valise por entre as mãos, os dedos firmes, o seu peso bastante frágil o sinto. Outra vez nas calçadas por entre toda a gente pública. Sinto-me só. Olho quanto tenho de dinheiro vivo na carteira de pelica. Verifico meu cartão de crédito. O dinheiro que preciso ter. E percebo que a propaganda de cinema neste prédio central impressiona pelo fato de ser bombástica. O anúncio em letras garrafais.
Alex e Daniel de longa data eram conhecidos. Pessoas urbanas e por vezes se esbarravam em clubes, locais que trabalharam próximos ou em conjunto, instituições que vez por outra circulavam e para meio de vida: existência cúmplice, o seu trato de um para com outro quase sempre de forma amistosa. Frequentemente cordiais.
Quero ser Alex, alguém a determinar e por ser determinado. Sim, sou Alex, aquele sei ser Davi, ela, Laura, a definir, teimam em entrar, adentrar meu espaço. E também muitos outros a conhecer pelas ruas da cidade e que a distância própria inquieta.
Desço a avenida com muitas oportunidades de ser quem almejo – se fosse atrevido. É tardinha e o sol esmaece no horizonte, barulho de carros que arrancam próximos de mim e de meu demônio interior, sofrível que carrego encalacrado. A calçada não é minha e a valise pesa em minhas mãos. Não quero exatamente saber – desta hora torpe. Em um balcão de esquina incerta, tenho um copo defronte ao peito, refrigerante gelado – olho para o lado em busca de gente. Suavemente sorvo e degusto. A mulher de lábios pintados, de idade madura e toque nos cabelos rápidos, sem se dignar à intimidade – a idealizo. Deixo o copo sobre o balcão semicheio. Repenso Laura. Ela não me convém – retraio os lábios. O segredo meu: um dia lhe sussurrei. Muitas vezes repetidamente. Ser decepcionado com nenhuma emoção e a surpresa da vida não ser sensacional ou exuberante.
Quanto a Laura quero-a apartada. Em uma distância amigável. Ela invadiu meu eu. Personagem protagonista – teceu a teia onde aprisionou o inseto que me perturba. A individualidade nossa egoísta. O cidadão anônimo na região inóspita – a parte que nos cabe. Desacerto sem conflito e nossa disparidade. O fato de sermos estranhos. O convívio no passado que deixa marcas.
Em meu íntimo Laura é pálida e branca, menina de neve e inóspita – para meu esquecimento obrigatório. A cada sua altivez nós nos medimos. Ela é Laura.
Deus meu!
Não recordo as escadarias do prédio e a travessa, o elevador e o porteiro, o girar das chaves e a noite que vislumbro. O recinto silencioso e calmo – a ilha tranqüila de meu eu e ser que busco pacificar. Meus dedos tocam os móveis, a mesa niquelada, a madeira das portas, o vertical e as antenas, muitos prédios. Sopro o amargor. Estou comigo dentro e dói.
Pareço ouvir música não sei ao certo donde, toca e martela em minha subjetividade agonizante, em estertor meu interior devassado. A propriedade deste universo particular – cansa e abate. Amanhã acordarei feliz. Enérgico. Repete-se este fato pessoal. Findo o dia que almejei. Deliberadamente lutarei e abaterei os alvos.
Tenho mãos nervosas, tateio cada móvel e janela onde vejo a paisagem urbana e construída – os toco e quase me invadem – quase sempre sinto. Puxo as cortinas e espio, de relance, o vertical e a queda para esta obtusidade artificial. Recordo Laura, Davi, o peso de existir e eu Alex. Minha saída para a evasão lunar do que projetei ou a leveza de saber a saída: o recomeço do sujeito - Alex. Então novamente eu - esta surpresa de me sentir vivo. Espécie citadina.
Geralmente não comento. Evito dizer. Mas a importância dos sonhos em meu dia a dia é imensa. Quando me vem sonho muito fora de série, sobre ele, interpreto e busco significação. Minha sobrinha de 22 anos de idade, residente em Florianópolis, certa noite, em meus pesadelos ela recebia uma ligação. O número de quem discava: nítido e claro no sonho. Também o nome. Mas era muito estranho, devido às imagens que acompanhavam este sonho. Acordei sobressaltado – eu Alex. Segundos depois uma ligação no quarto de minha sobrinha. Eu estava de férias em sua casa. Era madrugada. A pessoa dialogou – voz de homem. Pela minha escuta devem ter durado uns dois minutos a ligação telefônica em seu celular. Não perguntei quem ligava. Ouvi toda a conversa dentro da noite e madrugada. Apenas não sei como interpretar. Não disse nada a ela. Mas estou em paz. De todo modo, por vezes, este fato incólume – incomoda-me. E então transparece o não controle da vida, o seu lado absurdo, irracional. E o pouco a fazer pelo outro, situações onde não sabemos claramente, como agir. Devido à incerteza e a surpresa da situação. Realmente nova para Alex. E para todos onde adentrar a intimidade – fere. Este conto de luta pela permanência, a nossa segurança, compra-se como destino: as amarras eu as libero.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Canções para Meninos Brasileiros a Serem Ensinados

“Ó ferreiro, ó ferreiro,
Dom... dom...
Oh! que maldição!
Dom... dom...
Quando tem o ferro.
Dom... dom...
Falta-lhe o carvão...
Dom... dom...
– Ó ferreiro, ó ferreiro,
Dom... dom...
Bate o malho com vigor,
Dom... dom...
Quando a gente se descuida,
Dom... dom...
O ferreiro... já malhou.
Dom... dom..

Canção Indígena Brasileira In Nabuco

“Você gosta de mim,
Eu gosto de você;
Se papai consentir,
Ó, meu bem,
Eu caso com você...
Alê, alê, calunga,
Muçunga, muçunga-ê.
Se me dá de vestir,
Se me dá de comer,
Se me paga a casa,
Ó, meu bem,
Eu moro com você...
Alê, ala, calunga,
Muçunga, muçunga-ê.”

À TARDE

O romanesco dia a dia.
A melancolia e o perdão.
O romance agride
Cala a voz.
Dois ou muitos
A trama elaborada.
Calma e a vida
A muitos ou a dois.
O amor e as palavras
Ásperas do prazer.
A dor e os corpos
A agressão de amar?
Nada mais!
Apenas o perdão!

terça-feira, 26 de julho de 2011

MISS POESIA

Quando sentir
Amor ou paixão
Darei uma patada...

Mas não quero
Saber de nada
Que seja poesia.

Ignoro o mundo
Belo e irracional
Onde o poeta existe...

Caretas e quadrados
Não enxergam bem
O sublime da crença

Ter apostado
E imaginar
O universo poético.

Sr. Poeta
Estou decepcionado
Com tua conduta!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

4 Linhas Poéticas

POLÍTICA EDITORIAL

O poeta flerta com a obra
O dinheiro compra a liberdade
A poesia livre de imposições
Os versos liberam o cotidiano.

CIDADANIA

A liberdade na avenida
A organização sem regras
Estamos aqui reunidos
A satisfação dos interesses...

RELIGIÃO

Agnóstico ou ateu
Ora, que dúvida?
Cabe ao sagrado
O divino de aqui estar!

POLÍTICA

Ganhei a liberdade
O cidadão com fama,
A luta pelo bem estar
A diária de meu amor!

domingo, 24 de julho de 2011

O Pórtico da Cidade

Calipólis

Estuda o amor.

Em cada porta

A inscrição

Enigmática

Terrível

Cálida e profunda

Sem rumor

Silenciosa

Assentada e nas mãos

A concha

E em outra mão os cabelos

Longos e tortuosos

Que chamam a eternidade!

sábado, 23 de julho de 2011

CLONE

“Todos nós nascemos originais
e morremos cópias”.

Yung



O grande anseio
Da poesia viva
O original gerado
Ou o clone perfeito
Da vida e alegria.




Clone não repetição
Aperfeiçoamento
Não identidade
Cópia perfeita
Traduzida na criação.



Em torno do verso
Recriamos a poesia
Original e diversa
Fruição e carinho
Clone perfeito!



A biologia do canto
Da poesia moderna
O poeta desperdiça
A verve lúdica,
Sonho e paixão!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

AUTOMÓVEL

O carro desliza
Manobra,
Entra na garagem
Supermercado.


A mulher
Dirige.
Compra,
Filhos na escola.


O calor e o tráfego.
Buzinas.
Aluguel para pagar
Condomínio.


Vamos ao cinema,
Táxi e jantar.
Noite relax.
Quarteirões.



Da janela do Ap.
Pop arte[1],
A multidão.
Transeuntes.


Arranha céus vejo
A janela descobre.
Indiscreta.
Luneta.



O binóculo
A mulher nua
Exibindo-se.
Detergente.


A fumaça
O som
O barulho
E a noite urbana.

[1] O caráter destes versos indicam a poesia atual.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

SARAMAGO (Fórum Social Mundial / 2002)

Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.

O Cidadão

No asfalto
Há o mato.
O pivete -,
Corre...


A carteira
Batida.
O carro bate.
O pedestre.


Em cada bar
Lanchonete
Sanduíche
De cada dia.


O café no balcão.
Água mineral,
Calor...
Conversas...


O urbano convívio
Sociável
Perturba.
Acelerados...


Bato na Biblioteca,
Sou leitor,
Jornais e cinemas
Museus de estátuas...


No jardim da criança
A mulher e o marido
Sorriem.
Fotografia cínica.


O amor é vendido
Importado
Esnobado:
Escândalo.


Sexo gostoso.
Pele morena
Urbe e asfalto
Homens trabalhando.

A pílula
Na drogaria,
Saúde provisória
Dores de cabeça.
A cidade!

sábado, 16 de julho de 2011

CONVERSA DE MÉDICO

(Conto extraordinário)

*

O paciente perguntou ao médico há quanto tempo não se viam. Não estavam em um consultório particular, mas uma espécie de posto de saúde destinado à população da cidade – público.
Depois de uma conversa sobre medicina, com o médico, disse que desconhecia que ele exercia também a prática clínica.
Antes de entrar no ambulatório, mediram sua pressão e pesaram seu corpo – tudo normal e segundo as regras da boa saúde corporal...
O paciente lembrou-lhe que necessitara de seus socorros em outra época – o médico assentia e estava silencioso...
O paciente pediu que olhasse documentos de outra época, do sistema único de saúde. Afirmou que precisava acertar sua vida para descanso – aposentadoria.
A sua profissão e os negócios já não agradavam...
O médico nem se atreveu a examinar percebeu o intuito da conversa. Falaram de economia. Que talvez ele precisasse de uma pensão para manter a ordem de sua vida. Precisava de uma vida livre, pacata e sossegada...
Mostrou documentos e afirmava que por direito: direitos sociais e políticos, para salvaguardar a vida de grandes confusões, balbúrdia, que poderiam advir para a saúde e tranqüilidade...
O pedido da pensão parecia negócio, transação. Afirmou que era questão social, e não médica. Para melhor tranqüilidade.
O médico observou os documentos. Nenhum lhe pareceu ilegal.
Volte no dia treze de março, conversarei com outro médico, médico chefe da administração, quem sabe lhe darei felicidade, alegria e conforto, como outras vezes...
O médico cumprimentou-o e o despediu para fora da sala. Assentou-se e começou a pensar na estranheza de seus encontros e conversas. Esta conversa de médico lhe pareceu banal e extraordinária. Totalmente insípida...


Marcos S. Oliveira é Autor da Academia Brasileira de Letras...

sexta-feira, 15 de julho de 2011

POLÍTICA URBANA

Sr. Thomas aconselha
O imposto público
Bons cuidados
Espaço Urbano.


Nada contra
O vereador Charles.
Iluminação e sinalização
A cidade bem cuidada.


Nada de garotos
Perambulando.
Escola para todos,
Educação técnica.


Polícia e moral
Bons costumes
Vigiar e orar,
Hipocrisia.


Mulheres trabalhando
Donas de casa
Comércio
Nada de liberdades.


Assim vivemos.
A história ensina,
O moderno
Compromete.


O jornalismo contido
Critica os tempos atuais.
Retrata na tevê,
Os tempos idos.

ACADEMIA

Autoridades
Poetas e letrados
Romancistas
Constroem a imaginação.


Brasil no romance histórico
Profissionais da comunicação
Escrevendo
Narrativas[1].


O literato
Na mídia
O intelectual
Conversas...


Critica e teoria
Teoria literária,
Mundo do romance,
Tramas.

[1] Somos todos narradores de situações especiais configurando o poético!
“É mais fácil fazer um verso, do que desejar a morte”.

Há tantas frases, sentenças, enunciados:
Que estabelecer uma leitura e sua lógica,
Permite incorrer em falsidade na estrutura.
Interpretações, a busca da veracidade falha.


A linguagem é uma “Babel” dona de sentido.
Um arcabouço literário, uma crença, posições:
São definidas visando o proveito – utilidade...
Lá onde há autoridade, defesa, instituições...


Até desconhecer, a ignorância, a sabedoria são
Parte da estratégia da ciência, do conhecimento.
Não há lado de fora do poder, da relação, do uso.
Meu trato é reverter essa lógica contra o criador...

quarta-feira, 13 de julho de 2011

THE BOOK EVENT

O Entalhe do livro
Escrito e Inscrito
Na Pedra ao lado
Da vida das letras
Escrever na pedra
Ser escritor
Do livro do destino
Símbolo da escrita.



Cinzelo o verso
A martelo e cinzel
Deixo a marca
Do livro esculpido
Na pedra racional
Concreta e humana
À posteridade
Lei sagrada do livro.



A raça do livro escultural
É forjada nas linhas
Em livro de pedra
As inscrições sublimes
À cinzel com martelo!
O mármore resplandece
Para a posteridade
Junto à imortalidade!

domingo, 10 de julho de 2011

Estávamos todos ali frente a frente. Podia-se ouvir a respiração de cada um do grupo. Todos tinham voz embora apenas sussurrassem. O recado era dado em voz baixa e mansa. Compreendemos a mensagem e o texto. Levantamos, atravessamos a porta e os corredores, ganhamos a rua e cada um de nós guardava em si - a característica e a essência própria.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Estávamos a ouvir certo filósofo em palestra. Éramos todos ouvidos. Relatou certa obra da idade média acerca de lógica e uma pintura fora de série de renascentista, livro determinado “x” de autor célebre na p. 42. Estávamos todos deliciados. Depois comentou da visita ao “País de Gales” e sorriu. Contraiu o músculo facial e nos disse: “Vocês são todos loucos” e em seus clichês constava ser belo qualquer artifício...

domingo, 3 de julho de 2011

Não era fruto do acaso. De fato cheguei nesta cidade de Alegre especialmente para esta decisão e cartada final. Abordei propositalmente Álex nesta pequena rua de bairro no centro da cidade. Estava de terno Cinza claro, gravata bege, a caminho de sua meditação, após o trabalho, não a passeio pelas ruas, mas em uma caminhada no cair da tarde para aliviar o Stress. Reconheceu-me, franziu o Rosto e não me olhava neutramente. Estacamos um defronte do outro. Eu Pedro Ícone lhe devia estas palavras e não mais advertências, como outros haviam dito durante todo este emaranhado e trama, enredo que lhes narro para nossa boa consciência de homens, nada mais que deixar testemunho desta história. De fato Álex havia sido audaz e firme. “Estava agora sob a minha mira - ele sabia.”

“Álex – Sua vida está conturbada pelo fato de muitas aventuras que desenvolveu. A história individual revela o âmago de nosso caráter. Concordas?”

- “Plenamente Pedro Ícone: disse sucinto Álex e olhou-me duro e balbuciou ríspido: – estas foram as decisões! Não estamos sós. Aqueles do nosso lado e amigos, os parceiros, cada ser: junto a nós, nos envolvem e perdemos o fio da trama que pretendemos...” - “Tens controle da situação que vives: Pedro? Perguntou Álex com vivacidade!”

- “Negativo. Simplesmente estamos sendo olhados, um deus baixa a terra para nos ver não no palco, mas para dar à mostra o objetivo, as razões de nosso agir, a intenção e o que pretendemos com nossos atos - a compreensão...”

“ - Simples Pedro: - sou escritor e orientado por estas noções que elaborei para guiar minhas decisões e objetivos de forma proveitosa e útil. O que conseguiremos?”

- Ora, “julgo que pense dos participantes de sua história que sejam cúmplices e enredados - nada inocentes...”

- Realmente creio.

- “Pretendes deliberar?”

- “Não!”

- Ora, “então podes continuar o processo!.”

- “Sim posso!.”

- Ao meu lado Álex? “Ou não fugir dos intérpretes?”

- Não. “Não fugir da situação. Mas sim a amar como se fosse necessária!”

- Eu penso o mesmo, disse Pedro. – “Por ouvir dizer, pela escrita, por notícias - sua pessoa estava no crivo de meu olhar, certo acaso favoreceu.”...

- “Pensas algo deste privilégio da testemunha; - Caro Álex?”

- Sim!

Ora, - Desenvolvemos este desfecho conturbado e pleno de eventos, nada melhor que desejar-lhe ventura e final para a trama ou indicar a direção. Direi algo não enigmático, mas devido aos acontecimentos: algo que cabe na situação. Espero que ouça assim como charadas e enigmas - aporias. Por agir da forma que ages e como de fato és. De agora em diante terás de ser decidido e resoluto:


- Parabéns Senhor Álex !
CENA II

“Adentrou o Hotel, perguntou por Sérgio e o encontrando próximo ao elevador, disse que talvez pudessem tomar uma bebida quente, mais tardar, à noite. Disse que seu quarto era confortável, próprio à vida de escritor, lembrou de fatos passados, de suas amizades, desconversou e falou da necessidade de escrever...”

“Alta noite, meditativo, silencioso, ouvindo sonatas, movimentos musicais de piano, estudos de orquestra, certa música de Chopin, lhe chamou à ordem, era calma e tinha um fundo de respiração tranqüila, como estava sendo esta noite. Olhou à janela, a grande cidade iluminada, mostrava-se...”


FRAGMENTO DA PEÇA DE TEATRO QUE ESCREVIA


“Belas são as mulheres, a natureza, o oceano revolto que escondemos, nossas ilusões, as mentiras que criamos para ocultar nosso ser! Não lhe parece, meu introvertido e pensador de todas horas, Rafael?”

“Não há nenhuma verdade ou sonho que não tenha acreditado, e nada foi realizado, apenas pensei, idealizei e senti. Mas me sinto na decepção, contente!!”

“Já vi outras terras, lugares, paisagens, mas insisto em ser enigmático e misterioso, quanto sempre foi a vida!! Meu lugar nesta existência é demasiado simples, reles, rotineiro, mas mesmo assim a amo, nossa reveladora e misteriosa existência!! Oculta entre os cabelos, a mecha do inesperado e toda felicidade!!”


Carlos reergueu-se observou o néon das avenidas, acendeu um cigarro. A música prosseguia. Insistente. O tema repetia. Com sofreguidão pensou nestas linhas escritas. O leitor novato, talvez encontrasse poesia!! Novamente olhou a grande cidade, estas linhas em nada pareciam com a sua situação real e a vida de escritor... Porém não tinha decepção...”
Todo poeta é um sonhador. Nós idealizamos a poesia para novo mundo utópico - esboçado. A poesia gera existência em condições alegóricas. Poderia citar expressões em que acredito – abstrusas. Sou homem livre. E tomei a liberdade de poetizar a semiótica. Ficará entre nós. Decodificadora de códigos e transmissora de conhecimento: estuda sinais e mensagens, propõe falas e novas expressões para a época, elucida a língua escrita de outros povos: bem como suas crenças e propõe línguas artificiais para o entendimento, lógicas semiotizadas simbólicas, outros perceptos e artifícios, a semiótica emite informações e mensagens, quando é o caso, tanto inventa quanto compreende os símbolos, é dona de vocabulário específico e ainda ensina a aprendizagem das línguas naturais, dos gestos e dos comportamentos diferenciados culturais para interpretação, novas modas da fala e tiques verbais. Esta prosa poética é um pecado verbal, um jogo, a ciranda da poesia que me permito. Perdoem-me usar o nome “semiótica”.

sábado, 2 de julho de 2011

Neste momento o que disse a todos na mensagem fazia-me feliz.
Eu: Fernandes inocente de meus atos na medida em que sou livre. Percorro a existência, quando fugindo do castigo não de meus atos, já que o delito não existe torna-se inafiançável ou passível de punição. E eu livre outra vez para minhas novas epopéias...
Não matei meus personagens: sou o autor de vidas em trama, narro meu destino assim como quem o constrói, o emaranhado de acontecimentos e vidas em trama: meu eu se constitui. O personagem que sou configurou-se e então desapareço neste sorriso, neste esgar, em minha morte prometida, nestes autores vivos, na ficção de “eus” e personagens.
A epopéia de Fernandes: prossegue cínica ou irônica. Estarão surpresos e perplexos? Acredito que não!! Mas sempre a ficção Fernandes - autor deste livro irreal, mas bruto e concreto em sua linguagem permanecerá.
Quanto a ti leitor – advirto – minha epopéia prossegue!! Deverá existir fim e outro recomeço. O desaparecimento de Fernandes – em suas faces e dramas - nesta máscara de Escritor: fica aqui imortalizado.

domingo, 26 de junho de 2011

http://sites.google.com/site/literaturasaberespecial/
Dia temperado e com bom tempo, aos poucos, todos nós íamos chegando e fazendo presença, alguns circulavam por entre as árvores do pátio, as mesas e alguns ocupavam e lá iniciava as conversas e diálogos, todos estavam falantes, simpáticos. Eu com blazer e camisa de malha, calças leves e justas, neste dia de sol claro e límpido, já devia ser 11:00 h, olhava cada par e grupo de amigos, em cada passada minha trocava duas ou três palavras com os convivas.
- Comentaram comigo que escreves seus próprios romances: - espero que seja feliz: ótima arte a literatura – disse João.
Transitei até ao conjunto de música, comecei a beber drinks. O céu estava azul e sem nuvens. Certa senhorita, Joana, olhava-me, despediu-se do casal com que conversava e atravessou o ambiente e me dirigiu estas palavras: - “Elaine deve vir a qualquer momento, comentou seus versos e o livro que imprimiu para ela, nada de amor secreto, mas sim relações desinibidas e amor livre – bom para nossa sociedade, não crês Álex?” – “De fato ainda é o que escolho em minhas relações amorosas, que são poucas e escolhidas por razões de simpatia e afinidade, Elaine há de compreender o complexo do mundo, suas tramas, assim como sou, amando a liberdade, o amor é encontro de dois!”
Estava de ouvido em pé e eis que ouvi: - “A Diretora da escola estadual, cada vez mais autoritária, não sei se a repreendo ou a elogio”.
O fotógrafo viu duas damas de sombrinha e de rosto feliz, tanto quanto plástico e as fotografou. A criançada corria por entre as mesas a grito e riam muito, quase às gargalhadas.
Topei com o Prefeito e cada obra que pretendia fazer exibia sorriso cínico, parecia que a administração devia satisfação a outros, onde seu poder era contestado, deixei-o falar. O administrador de uma secretaria de obras, falava baixo, quase sussurrava, raras horas eu o compreendia, resolvi andar por todo o pátio, logo ganhei a paisagem, o dia estava lindo, ensolarado e sem nuvens, nós desejávamos nos entender. Sermos claros e distintos: respeitar-nos. O Secretário de cultura adepto da Modernidade me espreitava. Fogos de artifício começaram: barulho, gritos, alvoroço... Bebia licor. Estava bem comigo e impassível como sempre permaneço entre pessoas públicas.
De longe via os montes desta minha terra. - Lina parou ao meu lado e sussurrou: “A cada dia nossa cidade cresce em importância e espero de ti certa publicidade. Nós mulheres a vemos cada vez mais simpática e boa de viver. Aqui somos dignas...”
A certa altura do tempo da festa, por volta de 13:00 h o churrasco começou. Todos se alimentavam. Não evitei. Saí de lá o sol era agradável, ia pensativo pelas ruas, o blazer nas mãos, alguns transeuntes das ruas, observavam, fui gentil e acolhedor, descia a avenida principal, bati à porta de minha casa, joguei longe os sapatos, caí na cama e adormeci.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

História


Trajetória do Imigrante Libanês no Espírito Santo

Marcos Silva Oliveira

Licenciado em História.

Estudo da formação e do desenvolvimento da comunidade de imigrantes libaneses no Espírito Santo entre 1910 e 1940. Nos Municípios de Alegre, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória: onde esta presença foi mais marcante. A imigração ocorreu devido as duas grandes guerras e a dominação Otomana no líbano. Como no Brasil “a democracia racial” estava instalada e a economia cafeeira, o comércio e pequenas indústrias, contratavam e admitiam trabalhadores imigrantes, devido também à mão de obra libanesa, empreender relações aceitáveis, comunitárias, grupais e familiares, por vezes folclóricas e culturais, a leva de imigrantes instalaram-se nas terras capixabas.
“Eu vim como quase toda a pessoa que sai do Líbano, com o desejo de enriquecer e ajudar minha família. Vim sonhando em retornar logo e nunca mais voltei...” p. 43. “A seleção, entrada, distribuição e fixação de imigrantes ficarão sujeitas, na forma da lei, às exigências do interesse nacional.” p. 49 - Os imigrantes libaneses não chegavam em levas determinadas, mas ajudados por parentes já estabelecidos nas terras capixabas – através de vínculos familiares. Trabalhavam em pequenos comércios, secos e molhados, farmácias, vendas de tecidos, armarinhos e bares.
Chegavam no Rio de Janeiro e embarcavam até a Barra de Itapemirim, de barcaça até a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, atingindo Castelo, Alegre e Guaçuí em lombos de burros. Com a estrada de ferro – Mimoso, Muqui e São Pedro de Itabapoana e regiões vizinhas segundo documentação por volta do ano de 1900. São citados em Cartório de 1º ofício no Livro de Registro de Imóveis desde o ano de 1902 até 1940, fazendo todo tipo de registros e quase não havia falências. Até onde vai a pesquisa. - No Jornal “O Alegrense” em Cartórios e na Paróquia de Alegre.
A alcunha: “Turco, Sírio e Libanês” é um ideário e ideologia étnica. A família era patriarcal como a brasileira, a vida secreta e submissa da mulher, uma obediência respeitosa das crianças, solidariedade entre a parentela – eis os costumes.
Grande desejo de ascensão social e destaque para a educação dos filhos – procura de boas escolas. Mantém esforços pelos costumes e na acomodação nas formas de vida do que aqui puderam construir.
Esta imigração para o Brasil e notadamente para o Espírito Santo mais que emancipação econômica e identidade: significou liberdade - luta contra a opressão.


CAMPOS, Mintaha Alcuri (1987). Turco Pobre, Sírio Remediado, Libanês Rico: A Trajetória Do Imigrante Libanês no Espírito Santo (1910/1940) – Instituto Jones dos Santos Neves (Vitória – ES).



quinta-feira, 23 de junho de 2011

Para que lemos?

A literatura é o ato de ler e escrever. O espaço da leitura é dinâmico. Conhecemos diversas regiões do saber: ciências e técnicas, as artes e culturas - com o prazer da leitura. O leitor de certo modo vive o teatro da vida indiretamente, relaciona-se com pessoas (autores) de todos os lugares e crenças, com níveis de inteligência diversos, o leitor aprende que existem culturas em luta, que determinada escolha nos fará sabedor de certas verdades e modos de proceder. O teatro do leitor é conhecer diversos “Eus”, muitos modos de ser, identidades, características e marcas. O leitor viaja nas páginas dos livros para tomar rumo no conhecimento. A imaginação, o conhecimento da verdade, os modos de ser, fazem do leitor: figura típica, com uma certa filosofia. A forma de agir é lenta: mas segura. O leitor descobre e reinventa o mundo, ele lê o novo universo a qual pertence - esta é sua arte.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Ética de Escritor

A relação com o público da parte do escritor quando existe a aceitação da civilidade: ou quando os papéis do estado são questionados em sua burocracia e forma padrão: então a função social do escritor surge.
A função autor em sua geração de obra nada mais é que forma civilizada dos cidadãos se inter-relacionarem.
Quando a cultura, a forma homem, as humanidades e letras se fazem necessárias – o papel do escritor será de mediador entre os diversos domínios sociais para determinarem o acordo social.
O escritor é agente não só da cultura, da civilidade e apaziguamento, mas de pretenso acordo social entre as partes em consideração.
Quando não existe esta função escrituraria, do autor e homem de letras, quando o ato da escrita perde seu caráter público: - então o contrato social e a civilidade: - a civilização - se vêem ameaçadas.
A perda do caráter público da escrita impede a formação de domínio maior: a compreensão do todo social e da organização civil - o poder público!
A leitura é esse ato de rasgar, de amarrotar, de torcer, de re-costurar o texto para abrir um meio vivo no qual possa desdobrar o sentido. O espaço do sentido não pré-existe à leitura. É ao percorrê-lo, ao cartografar, que o fabricamos, que o atualizamos.
A escrita chega ao sentido pela significância. É esta abertura que inicia o espaço dos signos, do sentido, da experiência do significado da escritura. O que antes foi simbólico, passa a ter uma estrutura, uma rede de sentidos e significantes, a letra passa a ter vida. A estrutura e nó de conceitos, o deslizamento das imagens, o som, e todo arcabouço teórico, passam a existir não mais idealmente, na fantasia, nem tanto com realidade, mas passa a ser o exercício do pensamento, o re-vigorar dos atos, a ação camuflada, o retorno do reprimido.
A reflexão, o ato da leitura complementado pela escritura, passa a ser exercício do pensamento, atividade mental, mas também produção e criação de um espaço puramente virtual: cinematográfico e pictórico, imaginativo ou transcendental...
A escrita e o autor passar a ser cúmplice da grande biblioteca, do labirinto de opiniões, da virtualidade das possibilidades, da simulação, do teatro dos diversos saberes, a prática da escrita – passa a ser babel feliz. O escritor aquele que porta a diferença, o estrangeiro, o nômade de todas as idéias, opiniões e identidades – o ator pleno de papéis e máscaras.

domingo, 19 de junho de 2011

O Livro, A Literatura e a Cultura

A criação e produção literária, com fundamentos gerais, sem deixar de lado a história e a filosofia, o campo de proliferação de todas as culturas, através da escrita, possibilitaram o aparecimento destas positividades que circunscrevo e abordo.
A informação e a cultura digital, a sociedade informatizada que me introduzi, a cultura das máquinas inteligentes, a produção de inteligência artificial, o computador, são meios, instrumentos, via para promover e auxiliar a criação literária, a manifestação filosófica, e engajamento em nossa época histórica – a sociedade tecnológica.
Os meios de comunicação em massa, seja por imagem, escrita, textualização, enquadramento, mediatização, por meios indiretos, não classificatórios – promovem o agenciamento coletivo, a transmissão, a propagação da cultura, da qual estou autorizado a difundir...
A transmissão de conhecimentos, saberes, técnicas, a propagação desta cultura, ao mesmo tempo em que existe e é eficaz, se transforma em produção, em obras, caminha em direções inesperadas, abre linhas poéticas, textuais, de produção do livro, gera metamorfoses...
Ela não é apenas direção seguida, caminho a ser percorrido, trilha, mais que o almejar o fim, o ponto de chegada, o sentido é mesmo, a produção. Ambiciona ver, notar a eficácia, o enquadramento, a utilidade e os efeitos, o drama do encontro, o cômputo e a conta, a manifestação e a compreensão – busca a conjuntura, o relacionar, o estar junto a distancia, ambiciona crescer, alargar, para ser superficial – a quase-causa e os efeitos de se medir, de esperar, o futuro acontecimento e seu cálculo, o aparecimento de uma nova conjuntura...

O Trabalho Literário

A figura do crítico surgiu quando o intelectual se politizou. O romancista, geralmente pequeno burguês, dono de gráficas, editoras, assumiu o papel de orientar as belas letras. A literatura cumpria o papel de evasão e de lazer, de estilo de vida proposto e de cultura nacional ou arte.
Quase sempre o papel do crítico foi nos jornais, na imprensa, através de leituras e manifestos, críticas, orientar o vôo do escritor. Esta prática principalmente em sua origem foi em relação ao romancista. O prosseguimento da obra dependia do crítico, seu fracasso ou fama, da aceitação no meio artístico, da cultura, das belas letras e artes. O crítico era bastante elitista.
Geralmente os escritores eram pequenos burgueses que tentavam imiscuir-se na política da cidade ou região, adquiriam certa fortuna, ambicionavam cargos, se tornavam professores, lentes, fundavam jornais e revistas, tornavam-se pedagogos.
Havia uma idéia de obra, de obra de arte, de algo espetacular escrito, fora de série, extraordinário e que fosse influente, que alterasse o estilo – a obra de arte. A idéia de inovar era obsessiva.
Existiram muitos manifestos acerca da arte, da poesia, experimentalismos, futurismos e a idéia de beleza, de boa escrita, de linguagem culta, de frases corretas, perseguia-os.
Assim como somos aceitos num meio, numa classe, o escritor e romancista, precisavam ser admitidos, aceitos como alguém que tem algo a dizer e fazer, inovar nas artes, na literatura, a figura do crítico é quase que de censor e impunha limites, fazia o romancista caminhar em determinada direção, ensinava-o a buscar o ideal da arte perfeita: a obra de arte.
Esta história que faço da literatura muito influenciada pela literatura européia, meio bela época, se impôs também no Brasil. Vejamos José de Alencar, Gonçalves dias, onde os escritos aparecem em jornais da época, os romances são publicados periodicamente, onde os versos aparecem na efusão dos comentários.
De fato era imensa glória ser escritor. Um privilégio de classe, do meio cultural e com poder de influência. Homens de direito e políticos também escreviam e ocupavam cargos de importância política.
Enfim, esta história por volta do Séc. XVIII inicia e prossegue. Hoje o escritor e romancista, além de figuras extraordinárias, formam a ação de evasão, de aculturar, de entreter, a idéia de obra de arte não é percebida pelos nossos contemporâneos - este ideal não existe por parte do público...


Marcos S. Oliveira é Autor pela Academia Brasileira de letras

sábado, 18 de junho de 2011

CRÔNICA DA VIDA DE ESCRITOR

A Paixão de escrever confunde-se com a vida. A vida do escritor é complexa quanto sua imaginação e pensamentos. Nossos desejos vão para a tênue folha do papel em busca de qualquer História. A nossa história ou este evento que espreitamos para enaltecer.
O escritor busca a vida dissecando-a. Ele dela retira a autoria pondo-a à mostra. Ele a toca com luvas. O Livro que sonha é janela para o mundo, universo paralelo, acontecimento inédito.
O Escritor espreita este anônimo nas ruas, esta bela mulher olhando as vitrines, a estrangereidade, esta criança com um sorriso preso aos lábios, esta notícia sobre a política, por ambicionar ser “voyeur”, estar de olho para os acontecimentos da vida.
A Paixão de Escrever permite qualquer sacrifício, nós escritores seríamos capazes de destruir o mundo e o nosso, para que a função do Literato prossiga, somos insistentes e resolutos...
A cada autor, a cada face vista, a cada cena que se abre em nosso pensamento, em cada frase escolhida, a paixão de escrever está presente. Algum dia esta paixão nos matará devido ao perigo.
Ontem desci a avenida principal da cidade e percebi que o escritor caminha em direção a este destino, a imortalidade.
Na vida tudo é frugal e passageiro. Ambicionar a glória e a fama de escritor é feito entrar na eternidade, sermos nome e rosto para a posteridade.
Ser escritor me lembra o mar, este monstro. A cada batida das ondas na areia o mar leva nosso orgulho, as conchas coloridas da imaginação, o livro da vida, a façanha de escrever e nossa paixão desenfreada.

ESCRITA DE LAPSO


Durante muito tempo a palavra inconsciente me era desconhecida, por razões óbvias, a gente sempre privilegia a consciência. Obra deveras interessante é “Psicopatologia da Vida cotidiana”: em minha infância e juventude escutava as palavras de meus conhecidos e buscava a significação. De fato não correspondia o sentido dado de cada um de nós. Costumava sonhar a noite com letras e quando acordava suspeitava de que inferiam a maior importância aos elementos das palavras.
Depois de uma experiência filosófica desastrosa, as letras ganharam significação. Grande parte de sua sonoridade e sintagma, dedicava atenção. Aprendi a ler a palavra inteira, mas, já sabia que é formada de elementos significativos, radicais, prefixos, raízes e a etimologia surpreendeu-me. As crianças infantilizadas “soletram”.
O que chamo de inconsciente estrutura-se como linguagem, a letra para Lacan fala e diz. Conheci realidade surreal. Sintomática e plena de lapsos - o mundo adulto. E vejo agora que sua cultura ainda é muito pueril. Quando alguém pertence a meio social: o preço é a diferença.
Entrei no mundo moderno praticando muitos erros, pelo menos o que diziam da minha pessoa. Como conheço lógica sei da contradição e do absurdo. Embora não pratique seus argumentos, principalmente o da autoridade. As palavras quando escritor: adquiriram sabor áspero.
Houve época em que pensei que alguma palavra poderia me matar. Este relato indica o discurso atual, onde os excrementos ganham lugar na conversação. Linguagem fisiológica é elogio. Espero a paciência do leitor para a compreensão. Tento aqui ser claro e sincero.