segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Prêmio Nobel de Literatura 2011

“Os fios elétricos
estendidos por onde o frio reina
Ao norte de toda a música.
O sol branco
treina correndo solitário para
a montanha azul da morte.
Temos que viver
com a relva pequena
e o riso dos porões.
Agora o sol se deita.
Sombras se levantam gigantescas
Logo logo tudo é sombra.
As orquídeas.
Petroleiros passam deslizando.
É lua cheia.
Fortalezas medievais,
cidade desconhecida, esfinges frias,
arenas vazias.
As folhas cochicham:
Um javali está tocando órgão.
E os sinos batem.
e a noite se desloca
de leste para oeste
na velocidade da lua.
Duas libélulas
agarradas uma na outra
passam e se vão.
Presença de Deus.
No túnel do canto do pássaro
uma porta fechada se abre.
Carvalhos e a lua.
Luz e imagem de estrelas silentes.
O mar gelado.


“Poemas haikai”, de Tomas Tranströer,
publicado na ediçã 25 da revista “Poesia
Sempre” (2006), da Biblioteca Nacional, com
traduçã de Marta Manhãs de Andrade

Nenhum comentário:

Postar um comentário