sábado, 18 de junho de 2011

ESCRITA DE LAPSO


Durante muito tempo a palavra inconsciente me era desconhecida, por razões óbvias, a gente sempre privilegia a consciência. Obra deveras interessante é “Psicopatologia da Vida cotidiana”: em minha infância e juventude escutava as palavras de meus conhecidos e buscava a significação. De fato não correspondia o sentido dado de cada um de nós. Costumava sonhar a noite com letras e quando acordava suspeitava de que inferiam a maior importância aos elementos das palavras.
Depois de uma experiência filosófica desastrosa, as letras ganharam significação. Grande parte de sua sonoridade e sintagma, dedicava atenção. Aprendi a ler a palavra inteira, mas, já sabia que é formada de elementos significativos, radicais, prefixos, raízes e a etimologia surpreendeu-me. As crianças infantilizadas “soletram”.
O que chamo de inconsciente estrutura-se como linguagem, a letra para Lacan fala e diz. Conheci realidade surreal. Sintomática e plena de lapsos - o mundo adulto. E vejo agora que sua cultura ainda é muito pueril. Quando alguém pertence a meio social: o preço é a diferença.
Entrei no mundo moderno praticando muitos erros, pelo menos o que diziam da minha pessoa. Como conheço lógica sei da contradição e do absurdo. Embora não pratique seus argumentos, principalmente o da autoridade. As palavras quando escritor: adquiriram sabor áspero.
Houve época em que pensei que alguma palavra poderia me matar. Este relato indica o discurso atual, onde os excrementos ganham lugar na conversação. Linguagem fisiológica é elogio. Espero a paciência do leitor para a compreensão. Tento aqui ser claro e sincero.

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