sexta-feira, 24 de junho de 2011

História


Trajetória do Imigrante Libanês no Espírito Santo

Marcos Silva Oliveira

Licenciado em História.

Estudo da formação e do desenvolvimento da comunidade de imigrantes libaneses no Espírito Santo entre 1910 e 1940. Nos Municípios de Alegre, Cachoeiro de Itapemirim e Vitória: onde esta presença foi mais marcante. A imigração ocorreu devido as duas grandes guerras e a dominação Otomana no líbano. Como no Brasil “a democracia racial” estava instalada e a economia cafeeira, o comércio e pequenas indústrias, contratavam e admitiam trabalhadores imigrantes, devido também à mão de obra libanesa, empreender relações aceitáveis, comunitárias, grupais e familiares, por vezes folclóricas e culturais, a leva de imigrantes instalaram-se nas terras capixabas.
“Eu vim como quase toda a pessoa que sai do Líbano, com o desejo de enriquecer e ajudar minha família. Vim sonhando em retornar logo e nunca mais voltei...” p. 43. “A seleção, entrada, distribuição e fixação de imigrantes ficarão sujeitas, na forma da lei, às exigências do interesse nacional.” p. 49 - Os imigrantes libaneses não chegavam em levas determinadas, mas ajudados por parentes já estabelecidos nas terras capixabas – através de vínculos familiares. Trabalhavam em pequenos comércios, secos e molhados, farmácias, vendas de tecidos, armarinhos e bares.
Chegavam no Rio de Janeiro e embarcavam até a Barra de Itapemirim, de barcaça até a cidade de Cachoeiro de Itapemirim, atingindo Castelo, Alegre e Guaçuí em lombos de burros. Com a estrada de ferro – Mimoso, Muqui e São Pedro de Itabapoana e regiões vizinhas segundo documentação por volta do ano de 1900. São citados em Cartório de 1º ofício no Livro de Registro de Imóveis desde o ano de 1902 até 1940, fazendo todo tipo de registros e quase não havia falências. Até onde vai a pesquisa. - No Jornal “O Alegrense” em Cartórios e na Paróquia de Alegre.
A alcunha: “Turco, Sírio e Libanês” é um ideário e ideologia étnica. A família era patriarcal como a brasileira, a vida secreta e submissa da mulher, uma obediência respeitosa das crianças, solidariedade entre a parentela – eis os costumes.
Grande desejo de ascensão social e destaque para a educação dos filhos – procura de boas escolas. Mantém esforços pelos costumes e na acomodação nas formas de vida do que aqui puderam construir.
Esta imigração para o Brasil e notadamente para o Espírito Santo mais que emancipação econômica e identidade: significou liberdade - luta contra a opressão.


CAMPOS, Mintaha Alcuri (1987). Turco Pobre, Sírio Remediado, Libanês Rico: A Trajetória Do Imigrante Libanês no Espírito Santo (1910/1940) – Instituto Jones dos Santos Neves (Vitória – ES).



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