domingo, 3 de julho de 2011

CENA II

“Adentrou o Hotel, perguntou por Sérgio e o encontrando próximo ao elevador, disse que talvez pudessem tomar uma bebida quente, mais tardar, à noite. Disse que seu quarto era confortável, próprio à vida de escritor, lembrou de fatos passados, de suas amizades, desconversou e falou da necessidade de escrever...”

“Alta noite, meditativo, silencioso, ouvindo sonatas, movimentos musicais de piano, estudos de orquestra, certa música de Chopin, lhe chamou à ordem, era calma e tinha um fundo de respiração tranqüila, como estava sendo esta noite. Olhou à janela, a grande cidade iluminada, mostrava-se...”


FRAGMENTO DA PEÇA DE TEATRO QUE ESCREVIA


“Belas são as mulheres, a natureza, o oceano revolto que escondemos, nossas ilusões, as mentiras que criamos para ocultar nosso ser! Não lhe parece, meu introvertido e pensador de todas horas, Rafael?”

“Não há nenhuma verdade ou sonho que não tenha acreditado, e nada foi realizado, apenas pensei, idealizei e senti. Mas me sinto na decepção, contente!!”

“Já vi outras terras, lugares, paisagens, mas insisto em ser enigmático e misterioso, quanto sempre foi a vida!! Meu lugar nesta existência é demasiado simples, reles, rotineiro, mas mesmo assim a amo, nossa reveladora e misteriosa existência!! Oculta entre os cabelos, a mecha do inesperado e toda felicidade!!”


Carlos reergueu-se observou o néon das avenidas, acendeu um cigarro. A música prosseguia. Insistente. O tema repetia. Com sofreguidão pensou nestas linhas escritas. O leitor novato, talvez encontrasse poesia!! Novamente olhou a grande cidade, estas linhas em nada pareciam com a sua situação real e a vida de escritor... Porém não tinha decepção...”

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